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Margareth Menezes e o movimento afropop: a Bahia no mapa da música negra global

Artista que completa 60 anos na quinta (13), foi uma das precursoras no trabalho de misturar a rítmica afro-baiana com música eletrônica

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Marcelo Argôlo

12/10/2022 às 18:00 - há XX semanas
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					Margareth Menezes e o movimento afropop: a Bahia no mapa da música negra global
Margareth Menezes – Foto: Raquel Carvalho / Divulgaçã

“Uma das mais ricas expressões da música negra no Brasil”. Foi assim que Margareth Menezes foi apresentada entre 1989 e 1990 durante os shows da turnê que realizou com o músico estadunidense David Byrne. Ela foi a primeira cantora de Axé Music a sair em turnê internacional, quando fez as aberturas dos shows do fundador do Talking Heads cantando samba-reggae, um estilo ainda muito desconhecido fora do Brasil naquele período.

Quando recebeu o convite para fazer parte do projeto, Margareth já havia lançado o seu primeiro LP, que traz Elegibô – Uma História de Ifá e Alegria da Cidade entre as canções. Após o retorno da turnê, ela amplia seu alcance e lança seu segundo LP chamado 'Um Canto Pra Subir'. Este trabalho, que também foi lançado nos EUA, traz a participação de Byrne e estreia a parceria da artista com o produtor Ramiro Musotto.

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A turnê e a parceria com Musotto são peças chaves para a virada estética que Margareth começa a promover na carreira dela a partir do segundo álbum. A visibilidade internacional que ela ganha traz também referências de diferentes culturas para o seu repertório e a instiga a misturar samba-reggae, ijexá e outros ritmos afro-baianos com rock, funk e outros gêneros globais.

A artista batizou essa união de músicas da diáspora negra de Afropop e, ainda hoje, é uma marca do seu trabalho, além de servir como referência para novos artistas do estado que sempre figuram aqui na coluna. Falo com muita frequência do trabalho de traduzir para a linguagem da música eletrônica as claves rítmicas que marcam a música percussiva da Bahia. Por mais que seja um estilo que ganhou força na última década, foi Margareth em parceria com Musotto a fazer os primeiros experimentos nesse sentido lá no início dos anos 1990 no álbum Um Canto Pra Subir.

Em 2001, Margareth assume o termo Afropop no seu álbum Afropop Brasileiro, que traz o hit Dandalunda. O termo é uma tentativa da artista de marcar uma posição de distanciamento do Axé Music. No final de 1999, ela dá uma entrevista para a Folha de S. Paulo em que afirma ter dificuldade de aceitar o termo. “Acho que muitos de nós fazemos coisas que eu prefiro chamar de afropop”, disse ao jornal paulista.

Margareth Menezes completa 60 anos na quinta-feira (13) e conseguiu com seu trabalho alçar o Afropop à condição de movimento musical. Seu trabalho foi fundamental para que a música baiana conquistasse um espaço no mapa global da música negra, pois sua proposta se mostrou uma forma potente de atualizar as claves tradicionais dos terreiros, além de ter posicionado Margareth como referência estética para a nova geração de artistas da Bahia.


				
					Margareth Menezes e o movimento afropop: a Bahia no mapa da música negra global

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