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Cerca de 53% dos pais de crianças autistas sentem medo do preconceito

Levantamento recente, feito com 1.300 famílias neurodiversas, mostra que receio de que as crianças sofram preconceito na vida

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25/07/2023 às 13:56 - há XX semanas
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					Cerca de 53% dos pais de crianças autistas sentem medo do preconceito
Foto: Arquivo BabyHome

Ser pai ou mãe, por si só, é desafiador. Ter uma criança neurodiversa em casa pode não ser necessariamente mais difícil do que ter uma criança típica, mas joga luz sobre outros aspectos e necessidades. Para entender melhor as necessidades e as dores da parentalidade atípica, um estudo realizado pela Play Pesquisa e Conteúdo Inteligente e divulgado pela Nestlé, conversou com mais de 1.300 famílias com filhos de 3 a 12 anos com transtornos neuroatípicos, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH (905 casos), Transtorno do Espectro Autista – TEA (632 casos) e Transtorno Opositivo-Desafiador – TOD (162 casos).

Mas, afinal, o que é neurodiversidade? É um conceito apoiado no fato de que os indivíduos são diferentes, inclusive no desenvolvimento cognitivo. O objetivo da pesquisa é afinar esse olhar e provocar uma expansão de consciência, que ajude a enxergar o outro e a ter mais empatia, compreendendo, de fato, o que essas famílias precisam e como a sociedade toda pode ajudar.

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A falta de conhecimento, muitas vezes, impede a inclusão e leva ao preconceito, um fator que dificulta – e muito – a rotina desses pais e dessas crianças. Ao receber o diagnóstico de TEA, por exemplo, a primeira sensação de 53% das famílias é justamente o medo do preconceito e discriminação que as crianças sofrerão ao longo da vida. Além disso, 42% sentiram medo do futuro e das incertezas e 38% tiveram dúvidas, imaginando se conseguiram dar a assistência e o cuidado necessário à criança, enquanto 22% sentiram alívio por, finalmente, entender essa característica do filho.

O Transtorno do Espectro Autista pode ter diferentes graus e se caracteriza pela alteração no neurodesenvolvimento, que dificulta a organização dos pensamentos, sentimentos e emoções. Isso reflete no comportamento cotidiano e pode gerar prejuízos nas interações sociais e na comunicação.

Outros pontos abordados pelo estudo foram os momentos de rotina, como a hora de fazer compras em um supermercado. O que é simples e trivial para a maioria das pessoas pode ser uma tarefa complicada e exigente para quem cuida de uma criança neuroatípica e precisa levá-la junto. Entre os pais de crianças no TEA participantes, 49% afirmou levar os filhos às compras esporadicamente, sobretudo por conta das dificuldades de encontrar rede de apoio ou até profissionais capacitados para lidar com crises de descontrole emocional das crianças. As lojas e supermercados não costumam ter estruturas que favoreçam o acolhimento para a criança se autorregular. O excesso de estímulos auditivos nos pontos de venda também foi indicado por 41% das famílias como uma barreira.

Neurodiversidade em alta?

Se você também tem a impressão de que o número de crianças neuroatípicas, com transtornos como TDAH, TEA E TOD, cresceu nos últimos tempos, está certo. Na verdade, de acordo com os especialistas que também participaram da pesquisa, não é que hoje há mais crianças com essas características. Os critérios clínicos foram ampliados, há mais informação sobre o tema e mais ferramentas para análise desses transtornos. Isso aumenta tanto a procura pelo diagnóstico, como a capacidade dos médicos de identificar essas alterações.

“Um dos grandes esforços do momento é a detecção precoce de crianças com suspeita, pois está claro que quanto mais cedo se inicia uma intervenção adequada, melhor o prognóstico. O diagnóstico de TEA, por exemplo, ainda é exclusivamente clínico, feito pelo médico especialista com a possibilidade de avaliação de uma equipe multiprofissional, se necessário”, explica a Terapeuta Ocupacional e Diretora Clínica do Núcleo de Capacitação da Genial, a Genial Care Academy, Mariana Tonetto.

A inclusão é promovida quando a sociedade, em geral, e não apenas as famílias neurodiversas, compreendem os transtornos. Por isso, a disseminação de informações confiáveis acerca do assunto têm um poder transformador. Com interesse e pequenas atitudes, todos nós podemos estender a mão e ajudar a transformar a vida desses pais e dessas crianças.


				
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