Apesar dos inúmeros benefícios que o parto normal oferece à gestante e ao bebê, como a recuperação e a descida do leite mais rápida, o contato do bebê com microrganismos durante a passagem pelo canal vaginal que estimulam a imunidade e a eliminação do líquido amniótico dos pulmões, a cesárea é responsável por 55,5% dos nascimentos aqui no Brasil, de acordo com um estudo publicado no jornal científico The Lancet.
O ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é que o índice se mantenha entre 10 e 15%. “Acima disso, não há perspectiva que a mortalidade infantil e materna ou as complicações no pós-parto diminuam”, afirma um documento publicado pela organização. O Brasil divide com o Egito o segundo lugar do ranking de nações avaliadas na pesquisa.
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Sim, a cesárea salva vidas quando o parto normal não é possível, mas são as cirurgias feitas sem indicação médica as responsáveis pelo crescimento.
Crenças sobre o parto normal
Existe um estigma de que o parto normal é mais demorado e doloroso – ele, de fato, demora mais, mas pode incluir analgesia. Muitas mulheres pensam que o procedimento pode alterar o períneo (região entre a vagina e o ânus) de forma irreversível. Algumas têm medo de possíveis cortes (episiotomia) e lacerações e sentem-se mais seguras em agendar a cirurgia. Ou então moram longe da maternidade escolhida, às vezes em outras cidades, e não querem correr o risco de ter o bebê no meio do caminho.
Do ponto de vista profissional, a cirurgia eletiva demanda menos tempo de trabalho e permite que o médico possa se programar. Isso faz com que muitos incentivem a cesárea sem necessidade, usando os argumentos acima. No entanto, é importante considerar que a cesárea é uma cirurgia. Logo, tem maior risco de infecção, perda sanguínea três vezes maior, dores no pós-parto e cicatriz.
Como virar o jogo
Humanizar o parto normal é o caminho para combater as cesáreas desnecessárias. Por isso, o ideal é que as gestantes tenham acesso a um profissional embasado que ofereça todas as informações e a tranquilizem. Ele explicará que, se a saúde dela e do bebê estiverem em ordem, ela pode ter um parto normal.
Também deverá falar sobre os tipos de analgesia, para aquelas que têm medo da dor. E ajudará a elaborar um plano de parto, para que as decisões da gestante sejam respeitadas. A OMS lançou uma nova orientação para reduzir as cesáreas desnecessárias. O documento constata que existem medos e crenças, tanto de mulheres, como de profissionais de saúde, sobre as cesarianas.
Considera também as limitações dos sistemas de saúde e as relações entre mulheres, profissionais e organização dos serviços de saúde. A entidade sugere pedir sempre uma segunda opinião de obstetra e outras ações que promovam uma decisão consciente.
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