Mesmo em patamares diferentes, de uma forma ou de outra, o ano começou auspicioso para o futebol baiano. Mas, em menos de 60 dias, o vento virou e seus 3 principais representantes - Bahia, Vitória e Atlético de Alagoinhas – já colecionam vexames e vêm provando que o que está ruim ainda pode piorar.
A situação mais trágica diz respeito ao Vitória, que foi eliminado ainda na primeira fase do Campeonato Baiano e pela quinta vez seguida, no dia 26 de fevereiro, após o empate sem gols diante do Barcelona de Ilhéus. Com o resultado, o Vitória não conseguiu garantir vaga na Copa do Brasil de 2024 e também não terá participação confirmada na fase de grupos da Copa do Nordeste da próxima temporada. Mas não é só...
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Para confirmar que o calvário ainda está longe do fim, o Rubro-Negro foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, no meio da semana, ao perder para o Nova Iguaçu por 2 a 0, e pode já ter dado adeus à Copa do Nordeste, ontem mesmo, caso tenha perdido o clássico para seu arquirrival Bahia ou tenha havido uma combinação de resultados fatais.
O que resta ao clube ainda neste ano é lutar desesperadamente pelo acesso à Série A, em meio a uma crise financeira que se avoluma graças às eliminações precoces, uma gestão destroçada que tem, na data de fechamento desta coluna, seu presidente ameaçado de morte pelas redes sociais e em vias de renúncia, um diretor de futebol demitido, um técnico desprestigiado, jogadores desmotivados e torcedores sem fé. Tudo muito ruim!
Grande sensação das últimas duas temporadas, o Atlético de Alagoinhas parece ter perdido a magia que o fez o primeiro time do interior bicampeão baiano (2021 e 2022), jogando com destacadas técnica e raça. Com um time muito diferente das edições anteriores, o Carcará também não conseguiu se classificar para as semifinais do Campeonato Baiano e deu adeus ao sonho do tricampeonato, amarga as últimas posições na Copa do Nordeste e também foi eliminado na Copa do Brasil. O ano de 2023 já parece ter chegado ao fim para o clube, sem que o mesmo tenha provado regional e nacionalmente que poderia ser a terceira força estadual.
Em crise de identidade, o Esporte Clube Bahia vive uma reviravolta de emoções após a grande euforia com a chegada do Grupo City, que prometeu, nas entrelinhas, transformá-lo numa potência regional hegemônica e num dos clubes mais competitivos do país a médio prazo. Apesar de vir fazendo um bom, porém instável, campeonato estadual, o que a imensa torcida tricolor assistiu até agora foi a contratação de uma infinidade de jogadores de várias partes do mundo e sucessivas derrotas humilhantes no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste, onde ocupa péssima colocação em seu grupo e pode nem chegar à fase de mata-mata.
Com dois meses de gestão do City, grande parte da torcida vem demonstrando a percepção de que o clube se transformou num laboratório para que o Grupo possa fazer experiências com jogadores e técnicos promissores, e se tornar apenas uma vitrine para que jogadores sejam negociados futuramente ou servir de moeda de troca entre os clubes da holding. Torcedores organizados já fazem protestos que não se limitam às redes sociais e passaram a exigir da administração do departamento de futebol contratações mais assertivas, redução de erros do treinador e, sobretudo, mais envolvimento por parte dos jogadores.
Com remotas chances de avançar na Copa do Nordeste, o Bahia é o único clube baiano que avançou na Copa do Brasil, mas justamente por ter vencido outro time do estado (o Jacuipense), e tem ainda a grande chance de levantar o título estadual pela sua tradição, mas, pelo andar da carruagem, pode não atender à expectativa de fazer uma boa participação na Série A e ter que passar mais um ano lutando contra o rebaixamento.
Ou seja, em menos de dois meses, os prognósticos apontam para os três times baianos a serem eliminados precocemente da Copa do Nordeste. Em termos nacionais, 80% dos times estaduais já foram eliminados da Copa do Brasil no primeiro jogo (Atlético de Alagoinhas, Bahia de Feira, Jacuipense e Vitória). No que resta, o sonho deu lugar ao pesadelo e vai ser preciso muito empenho e fé para que o esfacelado Vitória volte à elite do futebol brasileiro e o Bahia faça por merecer tanta confiança depositada no início do ano.
A conferir!
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Sílvio Tudela
Sílvio Tudela
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