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TABUS, TRETAS E TROÇAS

Nos 125 anos do Vitória, torcedores relembram o início desse amor

Há quem tenha se descoberto numa derrota histórica, no encantamento com um time inesquecível e até nos perrengues para ver seu time do coração

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Silvio Tudela

13/05/2024 às 9:00 • Atualizada em 13/05/2024 às 9:24 - há XX semanas
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Passadas a euforia do acesso à Série A, a conquista do primeiro título nacional e do campeonato estadual frente ao seu maior rival, o Esporte Clube Vitória está completando 125 anos em meio a muitas incertezas quanto ao seu destino nos dois principais torneios nacionais. Há quem acredite que o time atual foi eficaz e competitivo nas divisões inferiores, mas precisa reforçar o seu plantel para as difíceis batalhas que virão para não experimentar um novo rebaixamento. Outros torcedores entendem que é preciso dar tempo ao tempo, esperar a recuperação de jogadores lesionados e contratar reforços na próxima janela de transferências, mas que permanecer na Série A já é um ótimo resultado. E evidentemente há aqueles que apostam que o time ainda vai surpreender positivamente até o final da temporada.


				
					Nos 125 anos do Vitória, torcedores relembram o início desse amor
Neste dia 13 de maio, o Vitória comemora um marco histórico: 125 anos de fundação. Foto: @victorfotos / Reprodução

Se a história do Rubro-Negro Baiano já atravessa três séculos e muitas coisas se perderam inevitavelmente pela falta de registros, com o torcedor é diferente, pois ele sempre consegue se lembrar do momento em que passou a torcer pelo clube, seu jogo inesquecível, sua maior alegria ou dor, seus ídolos, e as atitudes extracampos da gestão que poderiam ter trazido resultados diferentes.

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					Nos 125 anos do Vitória, torcedores relembram o início desse amor
Escudo antigo do Vitória. Foto: Domínio Público

Conhecida entre os rubro-negros por ser uma das mais apaixonadas torcedoras e combativa defensora do clube, Isaura Maria da Rocha Conceição, 75 anos, já foi conselheira e diretora no clube. Ela relembra sua ida à Fonte Nova com seu irmão para assistir à final do Campeonato Baiano de 1966 e viu o Vitória perder a taça. Terminado o jogo, já na festa de comemoração do Leônico, na Ladeira do Paiva, seu irmão Américo, com 08 anos de idade na época, lhe disse: “Minha irmã, a partir de hoje eu já sei para qual time eu vou torcer [porque até então a gente ia para o estádio para ver futebol]. Nós somos Vitória, né? E eu respondi: se você é, eu também sou, mas, veja, o Vitória perdeu para o Leônico... E ele então falou: Mas é o Vitória que eu quero. E de lá pra cá, nós passamos a ser e a acompanhar o Esporte Clube Vitória em todos os momentos”.


				
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Foto: @victorfotos / Reprodução

A pedagoga Rosângela Barros, 63 anos, se vê como torcedora do Vitória desde que passou a entender o futebol e muito por influência dos familiares e da alegria de acompanhar as partidas do time pelo rádio, fosse em qualquer campeonato. Segundo ela, sua memória afetiva mais distante e forte com o time vem de quando tinha 11 anos, em 1972. “O Vitória tinha um trio de ataque formado por Osni, André Catimba e Mário Sérgio, provavelmente o melhor e o mais forte de toda a história do time. Eu ouvia as opiniões das pessoas da família, lia os comentários sobre o time e acabei percebendo que eu gostava mesmo era do Vitória e decidi torcer para o Rubro-Negro!”.

Apaixonado pelo Vitória, o jornalista Jônatas Nascimento de Sena, o Tas, de 21 anos, conta que começou a se descobrir torcedor rubro-negro por volta de 2010, por influência principalmente da simpatia que seu pai nutria pelo time. Segundo ele, as lembranças de ir ao estádio foram muito importantes neste processo porque ainda não havia metrô e nem ônibus direto e era preciso ir até a Estação Pirajá para pegar o transporte super lotado para chegar ao Barradão. O jornalista recorda que, naquela época, ficava praticamente o dia todo envolvido com a atmosfera do jogo; pois se a partida começava às quatro horas da tarde, era preciso sair ao meio-dia. E ao terminar o jogo às seis, você só chegava em casa depois das nove horas da noite. “Como minha família era evangélica e o dia de domingo é considerado sagrado e dedicado ao culto, eu não poderia ir para tantos jogos, sendo um ou dois no ano, ou no máximo quatro. Como era raro e muito difícil eu ir ao estádio, cada experiência ficou marcada na minha vida. Eu me recordo de cada jogo, dos gols, dos jogadores, dos lances. Tudo era mágico”, relembra.


				
					Nos 125 anos do Vitória, torcedores relembram o início desse amor
Foto: Divulgação

Eu sou um nome na História...

Nascido como "Club de Cricket Victoria", em 13 de maio de 1899, o Rubro-Negro Baiano é o primeiro clube social do país fundado apenas por brasileiros. O nome com o qual foi batizado é também uma alusão à região em que seus fundadores moravam, o Corredor da Vitória. Passou a chamar-se Sport Club Victoria em 1902 e consolidou o atual nome em 1946. Pioneiro em diversos esportes na Bahia e no Nordeste, como remo, polo aquático, natação, basquetebol, voleibol, futsal e outros, o Vitória é também um dos primeiros clubes do Brasil a praticar o futebol, esporte no qual obtém maior destaque e desperta as maiores paixões e as lembranças mais significativas de seus torcedores.

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