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Pampa: 'Geração de ouro' do vôlei perde seu primeiro medalhista

Pampa participou da vitoriosa campanha nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992), que rendeu a primeira medalha de ouro em esportes coletivos ao Brasil

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Sílvio Tudela

10/06/2024 às 9:00 - há XX semanas
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Atleta extraordinário e referência para toda uma geração, André Felipe Felbo Ferreira, o Pampa, morreu na última sexta-feira (7), aos 59 anos, por complicações de um câncer no sistema linfático. O atacante fez parte da inesquecível equipe formada por Alexandre Ramos Samuel (Tande), Amauri Ribeiro, André Ferreira, Carlos Gouveia, Douglas Chiarotti, Giovane Gávio, Janelson Carvalho, Jorge Édson, Marcelo Negrão, Maurício Lima, Paulo Silva e Talmo Oliveira, que, sob o comando do técnico José Roberto Guimarães, conquistou o primeiro título olímpico do vôlei brasileiro, em Barcelona (1992). O ex-jogador ganhou a prata nos Jogos Pan-Americanos de 1991 (Havana) e o título da Liga Mundial de 1993 (São Paulo).


				
					Pampa: 'Geração de ouro' do vôlei perde seu primeiro medalhista
Campeão olímpico de vôlei, Pampa morreu de câncer aos 59 anos. Foto: Reprodução/CBV/Facebook

Jogador de incomparável talento, Pampa já havia chamado a atenção do mundo com o quarto lugar conquistado em sua primeira participação olímpica, em Seul (1988), quando foi calouro da histórica “Geração de Prata” nascida em Los Angeles (1984). Após exuberantes apresentações, foi eleito pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) como o melhor atacante brasileiro nos Jogos e também recebeu o prêmio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como o melhor atleta do Brasil entre todas as modalidades concorrentes naquela edição dos Jogos Olímpicos.

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Pampa também escreveu seu nome para sempre na história do esporte mundial quando realizou a cortada mais veloz já registrada, com 197 km/h, na Liga Mundial de 1995, ano em que foi considerado o melhor atacante do Campeonato Italiano, onde jogava. No Japão, atuando pelo NEC / Osaka, foi eleito o melhor saque do campeonato, melhor ataque e melhor jogador (Most Valuable Player, MVP ou Jogador Mais Valioso).

Nos nove anos em que atuou pela Seleção Brasileira de Voleibol, o atleta pernambucano disputou cinco Ligas Mundiais, dois Pan-Americanos, quatro Sul-Americanos, dois Mundiais, duas Copas do Mundo, duas Olimpíadas e um Top Four. Após encerrar a carreira, trabalhou no Ministério do Esporte e em diversas secretarias estaduais e municipais, exercendo funções administrativas relacionadas ao desenvolvimento esportivo.


				
					Pampa: 'Geração de ouro' do vôlei perde seu primeiro medalhista
Foto: Reprodução / Redes sociais

O país do voleibol

A fascinante e vitoriosa campanha do voleibol masculino nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992) rendeu a primeira medalha de ouro em esportes coletivos ao Brasil e representou uma verdadeira virada de chave na mentalidade do torcedor brasileiro, que assistia às competições apenas de olho em atletas individuais. Sem muitas pretensões de conquistar medalhas e com um retrospecto desfavorável contra os adversários, a equipe verde e amarela de voleibol masculino não vivia seu melhor momento dentro das quadras, mas quis o destino que tudo mudasse a partir de então.


				
					Pampa: 'Geração de ouro' do vôlei perde seu primeiro medalhista
Pampa em Barcelona (1992). Foto: Reprodução

				
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Foto: Reprodução

A então Pátria das Chuteiras vinha de um longínquo Tricampeonato Mundial no México em 1970 e amargava desilusões nas Copas do Mundo, sendo a eliminação mais dolorosa do período a derrota na mesma capital catalã em 1982, frente à Itália do algoz Paolo Rossi. Desiludida com os resultados no futebol e com algumas vitórias na Fórmula 1, a torcida brasileira foi despertada de seu torpor com a Geração de Prata, que conquistou a primeira medalha olímpica do Brasil no voleibol.

A equipe foi ouro nos Jogos Pan-Americanos de Caracas (1983) e prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984), imortalizando atletas como Amauri Ribeiro, Antônio Carlos Gueiros Ribeiro (Badalhoca), Bernard Rajzman, Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho), Domingos Neto Lampariello (Domingos Maracanã), Fernando Roscio de Ávila (Fernandão), Marcus Vinícius Simões Freire, Renan Dal Zotto, Ronaldo Pereira de Macedo, Rui Campos do Nascimento, William Carvalho da Silva e Mário Xandó de Oliveira Neto. A atualização do encantamento do imaginário do torcedor brasileiro havia sido realizada com sucesso para sempre.

De Barcelona (1992) em diante, o Brasil ainda subiu ao alto do pódio olímpico em Atenas (2004) e no Rio de Janeiro (2016), foi medalha de prata em Pequim (2008) e Londres (2012), e disputou o bronze em Tokyo (2020). Só esteve fora da disputa de medalhas em Atlanta (1996) e Sydney (2000). A conquista do primeiro ouro olímpico transformou os jogadores da Seleção Brasileira de Vôlei em grandes astros e, por muito tempo, a presença deles nos mais diferentes lugares causava frisson, correrias, tumultos e aglomerações.


				
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