Os Jogos Olímpicos retornam a Paris exatamente 100 anos após sediá-los pela última vez. A superjornada esportiva, que acontece de 26 de julho a 11 de agosto, reunirá atletas de mais de 200 Comitês Olímpicos Nacionais (CON) e da Equipe Olímpica de Refugiados do COI, disputando oficialmente 32 esportes (mais quatro adicionais) em 329 eventos que valerão medalhas.
Os números impressionam quando se olha para Paris-1924, que teve 44 nações participantes, 17 modalidades e 126 eventos distribuindo as condecorações. O evento de um século atrás foi mais longo, de 04 de maio a 27 de julho, marcado por histórias que são contadas até os dias de hoje.
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Tendo sediado anteriormente os Jogos de 1900 e de 1924, a capital francesa se tornará a segunda cidade, depois de Londres (anfitriã em 1908, 1948 e 2012), a sediar três vezes os Jogos Olímpicos de Verão.
Após Paris 2024, as competições retornarão ao tradicional ciclo olímpico de quatro anos, pois os Jogos Olímpicos de Tokyo, previstos para 2020, foram adiados por um ano devido à pandemia de Covid-19.
Pioneirismos em Paris
Num período historicamente conhecido como entreguerras e para tentar apagar o fiasco da realização dos Jogos Olímpicos de 1900, Paris-1924 trouxe diversos pioneirismos. Foi nesta edição que surgiram o slogan "Citius, Altius, Fortius" (mais rápido, mais alto, mais forte), cunhado em latim pelo monge francês Frei Henri Didon, e a simbólica cerimônia de encerramento, com três bandeiras hasteadas: a do Comitê Olímpico Internacional, a do país anfitrião e a da próxima sede. Foi também a primeira vez que os atletas se instalaram numa vila olímpica, formada de várias pequenas casas de madeira.
Grandes destaques
- Os Jogos Olímpicos de Paris-1924 revelaram ao mundo o nascimento de uma lenda do esporte e que pouco tempo depois se tornaria um astro do cinema. Trata-se do romeno naturalizado norte-americano Johnny Weissmuller, estudante de 20 anos que conquistou três medalhas de ouro na natação (100m, 400m livres e revezamento 4x100m) e um bronze no polo aquático. Seu porte atlético e seus feitos o levaram, dez anos depois, a interpretar e imortalizar Tarzan como o mito universal do homem macaco, com seu célebre e famoso grito pelas selvas.
- Na mais popular das provas do atletismo, a corrida dos 100 metros rasos, o britânico Harold Abrahams pôs fim a uma longa invencibilidade norte-americana. A incrível história desta conquista chegou aos cinemas em “Chariots of Fire” (Carruagens de Fogo), em 1981, e ganhou quatro Oscars, entre eles o de melhor filme, e transformou a música tema, do grego Vangelis, no hino de todos os corredores do mundo.
- Com três medalhas trazidas anteriormente dos Jogos de Antuérpia, quem também fez história em Paris-1924 foi o corredor finlandês Paavo Nurmi, conhecido como Homem-Relógio por ter o costume de competir com o instrumento na mão para controlar o tempo de cada uma de suas voltas. Ele conquistou cinco medalhas de ouro no atletismo, conseguindo a incrível façanha de vencer os 1.500 metros e os 5.000 metros no mesmo dia, com menos de uma hora de diferença entre as provas. A equipe finlandesa liderada por ele ganhou medalha de ouro em todas as provas de corrida de meio fundo e fundo, dos 1.500 metros à maratona.
- Nos esportes coletivos, foi em Paris-1924 que a seleção uruguaia de futebol recebeu o apelido de Celeste Olímpica, título que a acompanha por toda a sua história, pela cor azul de sua camisa e pela medalha de ouro no torneio de futebol.
- Em 1924, a classificação final mostrou que os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar, com 99 medalhas, seguido da Finlândia, com 37, da França, com 38, e da Grã-Bretanha, com 34. Em sua segunda participação nos Jogos, o Brasil não trouxe medalhas, contra três trazidas de Antuérpia-1920.
Silvio Tudela
Silvio Tudela
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