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Tabus, Tretas e Troças

Presença feminina em 2028 marca novo capítulo na história olímpica

Maioria entre os atletas nos Jogos de Los Angeles, mulheres mostram seu avanço nos esportes de alto rendimento e consolidam igualdade de gênero

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Sílvio Tudela

21/04/2025 às 9:00 - há XX semanas
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Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, as mulheres serão maioria entre os atletas participantes. O anúncio feito pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), no dia 09 de abril, em relação à edição de Los Angeles 2028, representa um marco histórico para o movimento olímpico e um passo decisivo rumo à igualdade de gênero no esporte de alto rendimento.


				
					Presença feminina em 2028 marca novo capítulo na história olímpica
Presença feminina em 2028 marca novo capítulo na história olímpica. ​Foto: IA / ChatGPT

Ao todo, serão 5.655 atletas mulheres (50,5%) entre os 11.198 competidores, superando levemente o número de homens - 5.543 (49,5%). Mais do que um dado estatístico, o equilíbrio representa uma conquista coletiva construída ao longo de décadas de luta pela inclusão, visibilidade e valorização das atletas em todas as modalidades.

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					Presença feminina em 2028 marca novo capítulo na história olímpica
​Foto: Divulgação

Além do número expressivo, a programação de Los Angeles 2028 terá igualdade inédita nos esportes coletivos. O futebol feminino contará com16 seleções, quatro a mais do que o masculino (12). No polo aquático, haverá 12 equipes de cada gênero, igualando as chances e o destaque para homens e mulheres. Outro avanço está nas provas mistas, que chegam agora a 25 no total, incluindo modalidades como atletismo, ginástica, remo e tênis de mesa.

Um grande marco político também foi alcançado neste ano com a eleição de Kirsty Coventry como a 10ª presidente do Comitê Olímpico Internacional. A zimbabuana, que competiu em cinco edições dos Jogos Olímpicos, é a atleta africana mais condecorada da História com sete medalhas, e se tornou a primeira mulher a assumir o cargo.

Esses avanços reforçam o quanto foi e é importante investir na valorização das mulheres no esporte, desde a base até o alto rendimento. Fortalecer políticas públicas, garantir estrutura e apoio técnico e combater estereótipos são medidas fundamentais para que a equidade se consolide não apenas nos grandes eventos, mas no dia a dia de atletas, treinadoras, gestoras e profissionais do esporte em geral.

Uma história de superação: das sombras à linha de chegada

A trajetória da mulher nos Jogos Olímpicos é marcada por desigualdade histórica, superações e conquistas simbólicas. Na Antiguidade Clássica, as mulheres eram proibidas de competir e até de assistir aos Jogos. As únicas que podiam participar, indiretamente, eram as sacerdotisas de Deméter, figuras religiosas da época.

A participação feminina só começou a mudar com os Jogos da Era Moderna idealizados por Pierre de Coubertin. Mesmo assim, na primeira edição, em Atenas (1896), as mulheres foram excluídas sob o argumento de que o esporte era "incompatível com sua natureza". A estreia feminina só ocorreu em Paris 1900, com apenas 22 atletas mulheres, cerca de 2% do total, competindo em esportes como tênis e golfe.

Com o passar dos anos, esse cenário foi se transformando:

  • Na edição de Amsterdan 1928, as mulheres participaram pela primeira vez de eventos no atletismo.
  • Em Montreal 1976, Nadia Comaneci encantou o mundo com a primeira nota 10 da ginástica artística.
  • Londres 2012 se tornou a primeira edição com 100% de participação feminina entre os países, com todas as delegações levando ao menos uma mulher.
  • A edição de Tokyo 2020 foi considerada a mais equilibrada até então, com 48,8% de atletas mulheres.
  • Os Jogos de Paris 2024 tinham a expectativa de serem os primeiros a contar com número idêntico de atletas entre homens e mulheres, mas o objetivo não se concretizou após a divulgação da lista final de inscritos.

Agora, Los Angeles 2028 promete coroar esse processo, não apenas com a maioria numérica, mas com maior representatividade nos esportes coletivos e individuais, além da ampliação de eventos com equipes mistas.

O desafio além do pódio

Apesar dos avanços, o esporte feminino ainda enfrenta desigualdade salarial, menor visibilidade na mídia, assédio e falta de incentivo nas fases iniciais da formação esportiva. Para que mais meninas e mulheres se sintam encorajadas a trilhar esse caminho, é fundamental o papel de governos, instituições, escolas e clubes na criação de um ambiente seguro e de igualdade de oportunidades.

Os Jogos Olímpicos de Los Angeles, mais do que uma competição, serão uma vitrine para o protagonismo feminino e uma chance de refletirmos sobre o que ainda precisa ser conquistado. O avanço da presença das mulheres no esporte de alto rendimento é um reflexo do que pode ser alcançado com políticas inclusivas, investimento e vontade política. Que os Los Angeles 2028 inspirem uma nova geração de atletas - e de transformações sociais.

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