Após a decepção monumental em 1950, quando o time masculino do Brasil perdeu de virada por 2 a 1 para o Uruguai, e o vexame em 2014, na histórica goleada sofrida por 7 a 1 frente à Alemanha, a Seleção Brasileira tem mais uma vez a chance de ser campeã do mundo em sua própria terra. Isso porque o Brasil foi escolhido na sexta-feira, 17 de maio, durante o Congresso da Fifa, realizado em Bangkok, na Tailândia, para sediar a décima edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino.
A vitória da candidatura brasileira, que superou, por 119 votos a 78, a trinca europeia formada por Holanda, Alemanha e Bélgica, representa uma esperança e um alento temporário para o nosso selecionado feminino, que sofreu muito sob a gestão de Ednaldo Rodrigues à frente da CBF e de Pia Sundhage no comando do time.
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Com eles, a equipe verde e amarela igualou o pior resultado de todos os tempos nos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020, caindo nas Quartas de Final, mesmo resultado de Londres 2012, e tem ainda na memória o pior resultado em Mundiais desde 1991 e 1995, quando o Brasil também caiu na fase de grupos, e somente 12 seleções disputavam o torneio. Para quem não se lembra, em 2023, a equipe verde e amarela deu adeus à disputa da taça, com três jogos em apenas dez dias de competição.
A vitória brasileira fará com que dez estádios e cidades recebam os jogos no Mundial Feminino, que será realizado pela primeira vez no continente sul-americano e pela segunda vez com 32 seleções participantes, repetindo o formato da última, realizada na Austrália e Nova Zelândia.
Embora a FIFA ainda não tenha batido o martelo sobre o calendário de jogos, tudo indica que acatará a sugestão brasileira de fazer a abertura do evento na quinta-feira, 24 de junho, e a grande final no domingo, 25 de julho, no Rio de Janeiro, com ambas as partidas realizadas no Maracanã.
As semifinais devem acontecer em São Paulo (Neo Química Arena) e Brasília (Mané Garrincha) e a disputa do terceiro lugar está prevista para Belo Horizonte (Mineirão). As outras cidades escolhidas são: Cuiabá (Arena Pantanal), Fortaleza (Castelão), Manaus (Arena da Amazônia), Porto Alegre (Beira-Rio), Recife (Arena Pernambuco) e Salvador (Arena Fonte Nova).
Para os especialistas, pesou a favor do Brasil a experiência e o histórico de organização de eventos, como a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016, e o legado deixado por eles; a estrutura herdada do Mundial Masculino de 2014; e a aposta afetiva da CBF de vender o Brasil como "uma escolha natural", como dito no slogan da campanha, por mesclar o histórico de grandes eventos, a cultura apaixonada do futebol e os aspectos naturais do país, unindo as belas paisagens e a hospitalidade do povo brasileiro. Em sua apresentação mais técnica, a candidatura brasileira destacou o mercado potencial de crescimento do futebol feminino, o interesse local pela modalidade e o imenso número de mulheres, jovens e adolescentes que podem adentrar no esporte.
A escolha pelo Brasil ganhou ainda mais força com as desistências de outras candidaturas ao longo do processo eleitoral, como da dupla Estados Unidos e México, que já são sedes do Mundial Masculino em 2026, e anteriormente da África do Sul. Com a Oceania fora do páreo por ter realizado a última edição após o Brasil ter retirado a candidatura para 2023, por falta de suporte governamental, a disputa acabou ficando mesmo entre a América do Sul e a Europa. O Brasil levou a melhor.
A existência das arenas propostas em todos os estádios que receberam jogos da Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2014 pesaram a favor do Brasil, bem como a sugestão de realizar fan fests em todas as 10 capitais, incluindo a emblemática Praia de Copacabana, e a estrutura de acomodações para times e árbitros.
Em sua candidatura, o Brasil propôs 44 centros de treinamento espalhados pelo país, sendo 39 hotéis nas cidades-sede, todos com um local de treino associado, e três locais para árbitros. Ao todo, a campanha ofereceu 86 hotéis e 86 locais de treino.
Retrospecto da Seleção
A Copa do Mundo de Futebol Feminino vem sendo realizada desde 1991 e teve em suas oito edições, quatro títulos dos Estados Unidos (1991, 1999, 2015 e 2019), dois da Alemanha (2003 e 2007), um da Noruega (1995), um outro do Japão (2011) e o último vencido pela Espanha (2023).
Os melhores resultados do Brasil foram o vice-campeonato em 2007 e um terceiro lugar em 1999. Seu último momento de glória no futebol feminino foi a conquista da Copa América de 2022, mas agora pode estar chegando a grande chance de soltar o grito mais importante de todos! Se vencer o torneio, o Brasil se juntará à Alemanha e Espanha como únicos países a terem seleções masculinas e femininas campeões mundiais. E em casa, coisa que nem a poderosa Pentacampeã do Mundo conseguiu.
Silvio Tudela
Silvio Tudela
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