A tradicional Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, localizada no Pelourinho, em Salvador (BA), divulgou nesta terça-feira (10) um comunicado informando que não realiza batismos de bebês reborn — bonecos hiper-realistas que imitam bebês reais. Considerada uma das igrejas mais conhecidas da capital baiana, a instituição esclareceu sua posição após a repercussão do tema nas redes sociais.

"Os sacramentos da igreja são atos sagrados e devem ser tratados com o máximo de respeito. Por isso, não realizamos batismos nem qualquer atendimento religioso relacionado a bonecas reborn ou objetos semelhantes", publicou o perfil da igreja nas redes sociais.
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Procurada pelo g1, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos ainda não se posicionou sobre o que está por trás da emissão do comunicado.
Embora existam há décadas, os bebês reborn ganharam destaque nas redes sociais brasileiras nas últimas semanas. Criados por artesãs, esses bonecos hiper-realistas podem chegar a custar até R$ 9,5 mil.
Diferente das bonecas tradicionais vendidas em lojas de brinquedos, os reborn se destacam pelos detalhes realistas: apresentam manchas de frio, marcas de nascença e até cabelos verdadeiros, implantados fio a fio.
Confira comunicado publicado nas redes sociais:

"Os sacramentos da Igreja são atos sagrados e devem ser tratados com o máximo respeito. O batismo, em especial, é um rito solene destinado a pessoas reais, marcando o início da vida cristã.
Por isso, não realizamos batismos nem qualquer atendimento religioso relacionado a bonecas "reborn" ou objetos semelhantes. A nossa fé está centrada na vida e dignidade humanas. Agradecemos a compreensão".
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

Uma das mais famosas de Salvador, a história da igreja começou há três séculos, com o surgimento da Irmandade dos Homens Pretos em 1685. A irmandade é responsável pela construção da igreja em 1704. Anos depois, em 1938, o conjunto arquitetônico foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Com fachada azul, que remete ao manto da santa que deu nome da igreja, o templo tem azulejos portugueses dos séculos XVIII e XIX com narrativas da devoção de Nossa Senhora do Rosário e de São Domingos.
Conforme contam os historiadores, o objetivo da irmandade em construir um templo não era apenas ter uma igreja para que fossem feitas celebrações cristãs, mas também um local para reuniões e encontros para que eles pudessem agir socialmente.
Atualmente, o templo católico preserva a história relacionada à diáspora negra. Nas missas de terça-feira, as músicas cantadas são acompanhadas do som dos atabaques.

Redação iBahia
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