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DIA DA MULHER

Conheça mulheres que lideram projetos de inovação no Parque Tecnológico da Bahia

No Dia Internacional da Mulher, saiba mais sobre personalidades que se tornaram referência no mercado baiano

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Redação iBahia

08/03/2023 às 19:55 • Atualizada em 09/03/2023 às 15:28 - há XX semanas
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					Conheça mulheres que lideram projetos de inovação no Parque Tecnológico da Bahia
Fotos: Divulgação

Já é uma realidade no mercado a participação crescente de mulheres ocupando cargos de chefia no Brasil. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação apontam que 33% dos cargos de diretoria e gestão são preenchidos por personalidades femininas em empresas de médio e grande porte.

É o que acontece no Parque Tecnológico da Bahia, onde mulheres ocupam cargos de liderança em projetos de inovação e tecnologia. No entanto, ainda há muito a ser mudado e alguns dados são preocupantes. Em 2022, a Organização Internacional do Trabalho, OIT, apontou que mulheres recebem 20% a menos do que homens em todo o mundo. Elas também são minoria nos cargos de chefia, embora estejam conquistando paulatinamente maiores espaços.

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Para Tássia Correia, 36 anos, Product Manager na Janoo, essa realidade faz com que o mundo perca ótimas oportunidades de transformação. "Um ecossistema sem diversidade está condenado a ter uma visão limitada do mundo e consequentemente limitar a inovação", explica.

Eliana Alcântara Lisboa, 54 anos, Chefe do Departamento de Administração e Planejamento no Polo de Inovação do IFBA, afirma que a presença de mulheres no universo de startups e tecnologia pode impactar positivamente nos resultados dos processos. "Há algumas características da liderança feminina que podem potencializar a inovação, tais como: capacidade de agir em várias disposições, maior predisposição a orientações de pessoas e facilidade para promover mudanças", relata.

Para resolver a problemática,  são necessárias ações de incentivo à participação feminina no mercado. "Nós, do Parque Tecnólogico, entendemos que fomentar o surgimento de mais lideranças femininas na inovação é fundamental para o crescimento do ecossistema baiano. Visando esse propósito, temos realizado várias ações para promover a igualdade de gênero no setor, como eventos temáticos, editais de incubação com pontuação extra no processo seletivo para empresas com mulheres no quadro societário, encontros, discussões e pretendemos avançar ainda mais nessa pauta esse ano”, pontua Rafaela Rodrigues, Gestora de Inovação do Parque Tecnológico da Bahia.

No Dia Internacional da Mulher, conheça personalidades inspiradoras que lideram projetos de inovação no Parque Tecnológico da Bahia. Elas nos ensinam diariamente o quão desafiador, porém satisfatório, pode ser vencer o preconceito, driblando também os desafios impostos pela maternidade e longas rotinas de trabalho.

1. Eliana Alcântara Lisboa ouviu que mulher não poderia trabalhar na área técnica


				
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Foto: Divulgação

Aos 54 anos, Eliana Alcântara Lisboa atua como Chefe do Departamento de Administração e Planejamento do IFBA. Enquanto mulher, negra retinta, e de origem pobre, encarou um longo percurso até ocupar um cargo de liderança.

Na década de 90, quando concluiu a Licenciatura em Física, não existiam políticas públicas para a permanência de pessoas pobres em uma Universidade Pública e ela precisava conciliar os estudos com o trabalho. "Desde a graduação foram muitas portas fechadas, mas quando havia uma pequena abertura, eu me jogava, tentava e seguia. Nestas aberturas encontrei colegas, professores, familiares que me ajudaram...me deram as mãos, me empurraram, me fortaleceram", relatou.

Atualmente, Eliana se mantém otimista diante das transformações no mercado. “Entendo que as campanhas educativas com a perspectiva de promover a equidade de gênero no âmbito da empregabilidade, dos direitos e das remunerações contribuirão para a ampliação da justiça social e isto reverberará nas diversas organizações sociais", ponderou.

2. Tássia Correia aprendeu com as filhas que nem todo sucesso pode ser planejado


				
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Foto: Divulgação

Aos 36 anos, Tassia Correia atua como Product Manager na Janoo, uma plataforma voltada para o turismo inteligente e sustentável. A escolha de trabalhar com tecnologia e inovação partiu do interesse da comunicadora em solucionar problemas reais que tragam impactos positivos para as pessoas.

De acordo com Tassia, é preciso ter resiliência para encarar um cargo de chefia. Para conciliar a maternidade com o trabalho, ela conta com o suporte de outras mulheres. "Escolhi uma vida que prioriza os ciclos naturais em detrimento da lógica de mercado. A maternidade é o maior desafio que já vivi. Tenho duas filhas maravilhosas, que não tem Canva, nem OKR que dê conta de enquadrar. Mas tenho conseguido encontrar caminhos para isso, sempre contando com muito apoio", relata.

3. Taris Maria foi questionada se venderia um produto somente pela beleza


				
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Foto: Divulgação

Aos 35 anos, Taris Maria é uma das fundadoras da Puba, uma empresa voltada para desenvolvimento e produção de conservantes naturais para alimentos e cosméticos. Para a também doutoranda em Recursos Genéticos Vegetais, a corporação é um meio masculino.

"Ao ver mulheres liderando, os projetos tendem a receber julgamentos e são avaliados com um viés do machismo estrutural. Ao ter uma empresa composta apenas por homens brancos, as dores de mercado de mulheres e pretas jamais serão priorizadas", considera.

4. Julia Lellis acredita que ainda temos um longo caminho em busca da igualdade


				
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Foto: Divulgação

Mãe, esposa e fundadora do Hiperbanco, Julia Lellis, 31 anos, sempre esteve em cargos de liderança. Para a CEO, as empresas só têm a ganhar com as habilidades femininas.

"A liderança feminina é muitas vezes questionada. Porém é notório que esse “pulso feminino” aplicado no âmbito da gestão é capaz de humanizar as relações e de lidar melhor com as complexidades. Além disso, tal “mudança” não estaria menos comprometida com o retorno financeiro. Em outras palavras, nada em termos de competência e prática impede que mulheres sejam líderes de empresas de base tecnológica ou inovadora", completa.

5. Brena Mota acredita no impacto positivo que a diversidade de olhares proporciona às empresas


				
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Foto: Divulgação

Brena Mota, 37 anos, é sócia da Cultivae, startup que desenvolve projetos voltados para a educação e cultivos urbanos, com soluções que envolvem desde uma horta hidropônica sustentável a trabalhos de cultivo.

Para chegar aonde chegou, a bióloga se inspirou em diferentes lideranças femininas. "São histórias distintas, que inspiram e ensinam diferentes momentos. Mulheres pesquisadoras que lideram equipes brilhantes, algumas que ainda querem idealizar novas soluções e outras que lutam em manter e transformar as mesmas e ainda existem aquelas que impulsionam a liderança de outras", comenta.

6. Ana Pires começou a empreender aos 22 anos


				
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Foto: Divulgação

Ana Pires é líder do TELETANQUE, uma tecnologia inteligente de gestão da piscicultura. Porém, sua trajetória no empreendedorismo começou cedo, mais precisamente quando tinha 22 anos.

"Fui sócia do meu então marido em um curso pré-vestibular que se tornou uma escola de ensino médio há uns 20 anos e não sobrevivemos aos desafios de tocar uma MPE que, como muitas outras, foi iniciada com recursos escassos. Lição: é preciso intenção verdadeira para que alguém se legitime como liderança. Não é sobre estar e sim sobre ser", relembra.

Ana afirma que se inspira em pessoas comprometidas com a promoção do bem-estar, com o desenvolvimento humano, com a inclusão que respeita as opções pessoais. Para a administradora, certas qualidades são essenciais para todo mundo que deseja se tornar referência em projetos de inovação. "Além de conhecimento técnico, o desejo de aprender, a confiança na capacidade das pessoas, a habilidade de ouvir, incentivar as pessoas e engajá-las em atividades instigantes, desafiadoras, como é da natureza da inovação".

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