Múltiplas curvas e redesenhos tornaram Anelis Assumpção a artista que é hoje. Apesar de sempre trabalhar no meio da comunicação e das artes, foi após se tornar mãe, aos 21 anos, que enxergou na música a possibilidade de sustentar a família.
Em entrevista ao Portal iBahia, a cantora, que é uma das atrações do Festival Sangue Novo, falou um pouco sobre projetos musicais, inspirações e feminismo.
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Música: uma paixão que não invalida as outras
Filha do cantor Itamar Assumpção, que faleceu em 2003 após um câncer de intestino, Anelis se deu conta que tinha um jeito bastante diferente de lidar com a paixão pela música, se comparada ao pai. "Vivi essa paixão em diferentes níveis e intensidades, foi um processo adaptável. Eu descobri que podia fazer músicas e livros, fazer música e dirigir um museu. Isso não atrapalhava minhas outras paixões", refletiu.
A paulistana ainda completou que descobriu tardiamente o potencial da palavra enquanto forma de expressão. "Eu, muito tardiamente, descobri a palavra como o grande vetor entre o meu corpo e o mundo, entre o mundo e eu. A palavra chega como forma de expressão através de escrita e composições musicais, através de reflexões", disse.
A curiosidade como motor de inspiração
Múltiplos elementos são considerados inspiradores para Anelis: o amor e o desamor, a comida e a guerra, a beleza e as pessoas, ou até mesmo os momentos de ócio em que sente a necessidade de escrever e praticar.
"Tudo é muito estimulante para o pensamento e transformo isso em algo literário, que tenha consistência. Sou movida pelo caminho da curiosidade, por combinar pensamos para transmitir uma ideia, para fazer poesia", explica.
Sal: conexão e afeto entre as mulheres
Em dezembro de 2022, Anelis lançou Sal, seu quarto álbum solo, porém, coletivo e essencialmente feminino. Ana convidou dez mulheres que se destacam no cenário nacional para co-produzir as músicas, como Céu, Jadsa e Larissa Luz.
Quando se fala sobre composição e ritmos, a artista comentou que o álbum pode ser uma continuação de Taurina, o terceiro lançamento dela, que foi interrompido pela pandemia de Covid-19. "Aqueles assuntos ainda estavam em ebulição para mim. A diferença é que cada faixa tem um tom, uma cor diferente, porque essas mulheres trouxeram um pouco delas para o projeto", completa.
A cantora ainda falou sobre sua conexão com o feminino e a necessidade de as mulheres ocuparem cada vez mais espaços na música. "Foi no abraço feminino que eu achei a calma, a segurança, que eu encontrei a força. A gente vem exercitando esse lugar de enaltecer umas às outras. Ter um disco com dez mulheres produzindo é algo libertador", relata.
É sempre um prazer estar de volta: conexão com a Bahia
Sal também conta com a participação de três artistas baianas: Larissa Luz, Josyara e Luedji Luna. De volta a Salvador com o Festival Sangue Novo, Anelis afirmou que sente uma conexão muito forte com a Bahia, com a ancestralidade. “Existe uma expectativa e curiosidade com a minha negritude e com a do meu pai, a memória de conhecimento desses corpos que foram separados. Quando estou na Bahia, eu sinto que há respeito, sempre sou bem recebida”.
Anelis Assumpção se apresenta no primeiro final de semana do Festival Sangue Novo, que acontece nos dias 21 e 22, 28 e 29 de outubro no Trapiche Barnabé. Os ingressos estão à venda por meio do Sympla e custam R$30 e R$60 (meia entrada e inteira).
Ouça aqui os hits da artista:
Da Redação
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