As expectativas estão altas para a celebração do quinto ano do Festival Sangue Novo, que acontece nos dias 21, 22, 28 e 29 de outubro no Trapiche Barnabé, construção histórica localizada no Centro Antigo de Salvador. No primeiro final de semana do evento, o público não deve ficar parado sequer no intervalo entre as atrações, afinal de contas, a DJ Libre Ana, 31 anos, será a grande responsável por comandar o som nesses momentos.
Em entrevista ao Portal iBahia, a artista falou sobre a carreira, pluralidades musicais e também sobre a sensação de dividir o palco com atrações que tem como inspiração.
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Como tudo começou: mudanças em busca de um sonho
Com mais de sete anos de carreira, Libre Ana confessa que a música estava longe de ser o seu sonho de infância. Natural de Arraial d’Ajuda, distrito do município de Porto Seguro, na Bahia, a artista é ambientalista e imaginava que a carreira acadêmica era o seu destino. Porém, o seu talento e trajetória acabaram mostrando um novo caminho.
Na república onde morava na universidade, fazia algumas seleções de músicas. Conhecida de longa data de pessoas do mercado, passou a aprender técnicas de mixagem e a se apresentar nas praças de Arraial. Após alguns elogios de amigos, decidiu viver da música em Salvador.
Na capital baiana, Ana vendia camisas da sua marca, Tropicalize. Ao participar do Mercado do Sol, evento destinado a pequenos empreendedores, a DJ apresentou seu set para os organizadores. E não é que foi aprovado?
Ana Libre começou a fazer apresentações fixas nos finais de semana da EcoSquare, espaço que considerou a verdadeira vitrine para que conquistasse o público de Salvador. “Comecei a receber convites para me apresentar em aniversários e conheci produtores de eventos. Só tenho a agradecer a Salvador por ter acolhido essa cria do interior que sempre sonhou em morar na capital”, relembrou.
Múltiplas referências: um set que contempla a pluralidade da música brasileira
Eclética, Libre Ana define seu estilo como “Música Popular Rebolativa”, com referências que vão desde a Tropicália, movimento musical que é fã, até ritmos mais recentes que caíram no gosto das novas gerações, como o tecnobrega.
“É por isso q todo mundo curte meu set, porque eu contemplo desde sons antigos que envolvem a memória afetiva, que crescemos ouvindo com os nossos pais, até os sons da nova geração”, avaliou.
A artista também acredita no poder da música enquanto ferramenta de propagação da cultura. “Os homens dominam a cena. A presença de DJs Mulheres e LGBTQIA+ em festivais ajuda a trazer voz para essas minorias. Somos porta-vozes desses sons quando os incluímos em nosso set”, declarou a DJ, que ainda reforçou que não traz nos sets músicas que reforçam o patriarcado e que violam os corpos femininos.
Para ninguém ficar parado: expectativas para o Sangue Novo
Para a DJ, faltam palavras para explicar a sensação de dividir o palco com artistas que admira. “É uma felicidade imensa. Vou dividir palco com artistas que eu escutava no Streaming e sou fã. O público pode esperar um set animado e fresco, que traga o frescor da Bahia”, concluiu.
A quinta edição do “Festival Sangue Novo” acontece nos dias 21, 22, 28 e 29 de outubro, no Trapiche Barnabé, no bairro do Comércio, em Salvador. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla e custam R$30 e R$60 (meia entrada e inteira). Vale lembrar que 75% do festival é composto por artistas negros, mulheres e representantes da cena LGBTQIAPN+.
Festival Sangue Novo – Ano V
Quando: Dias 21, 22, 28 e 29 de outubro a partir das 16h;
Local: Trapiche Barnabé, em Salvador;
Ingressos: Vendas no Sympla
Da Redação
Da Redação
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