Letícia Pinheiro de Novaes ou simplesmente, Letrux, sabe bem como fazer um bom climão. Um das artistas que estarão no palco do Festival Sangue Novo, a carioca lançou o primeiro álbum solo em 2017, "Letrux em Noite de climão", que teve uma grande repercussão. Agora, divulgando o segundo álbum de estúdio, "Letrux Aos Prantos", a artista desembarca em Salvador para um novo show.
Em conversa com Luana Assiz, para o podcast "Mulher com a Palavra", Letrux refletiu sobre o início da carreira e a importância dos pais para o processo. Aos 40 anos, caçula de dois irmãos, filha de mãe professora e pai bancário, a artista destaca que a presença cultural dentro de casa foi fundamental para seguir na trajetória artística.
Leia também:
"Tudo o que sou, tudo o que Letrux é, tem esse incentivo. Acho que o meu maior privilégio na vida é ter pai e mãe que me estimularam e me apoiaram, porque a gente sabe que é difícil ser artista no Brasil", destacou.
A carreira começou em uma banda, "Letuce", que chegou a lançar 3 discos. Letrux conta que o grupo foi fudamental para iniciar e como isso a levou ao teatro.
"Eu me tornei cantora com essa banda. Eu não fui a criança cantora, a criança atriz. Eu era engraçada, maluquinha, mas não era 'ah, deixa a Leticinha cantar'. Tentei fazer faculdade de Letras, não me formei, fui para o teatro. No teatro, eu entendi mais a música e comecei a tocar violão. Então, todos os meus diários, os meus escritos, começaram a passar pela composição com o violão. Precisei me formar no teatro, para ser a cantora que eu sou", destacou.
Segundo Letrux, ela só foi se autodeclarar como cantora, próximo dos 30 anos.
"Eu só fui pensar 'eu sou cantora', com quase 30 anos. E aí lancei o 'Climão' com 35 anos", refletiu ela.
Sucesso e engajamento político
Após o lançamento do primeiro álbum, Letrux despontou no cenário musical nacional. Como a própria definiu, o "mediastream". Sobre o sucesso, ela diz se sentir aliviada ao perceber a conexão do público com a letra das canções.
"Me deu um alívio. 'Caramba, o que eu to fazendo toca nas pessoas', dá uma sensação de 'que bom que as pessoas se identificam, porque todo o meu processo de composição, ele é muito emocional e ele passa por questões minhas. Então, quando esbarra nas pessoas e as pessoas também sentem alguma cura, alma emoção, eu penso: 'que bom'!, contou.
Isso fez com que Letrux conquistasse novos espaços e também passeasse em públicos diversos.
"Quando o show começa, e eu vejo a plateia muito diversa, eu penso 'alguma coisa tá certa'. Quando abre a plateia, e eu vejo corpos tão diversos, eu fico emocionada, eu penso 'é isso'. Acaba que o que a gente mostra nas letras e na própria banda é um pouco do que a plateia é", disse.
A cantora ainda falou sobre engajamento político dos artistas.
"Para mim, viver é um ato político. E quem pensa isso, é porque ou ainda não despertou ou é muito, muito privilegiado e não quer perder algum tipo de privilégio em prol do coletivo[…] viver é político", afirmou.
Relação com Salvador e Festival Sangue Novo
Letrux também falou sobre a expectativa para o show no Festival Sangue Novo. A artista se apresenta no sábado (22), mesmo dia de Melly, Lamparina e Ludji Luna.
"Eu amo Salvador. Todo mundo sabe. […] Todos os shows que a fez aqui foram muito especiais. To muito animada, vai ser uma delícia", vibrou.
Durante a entrevista, Letrux ainda falou sobre pandemia, relação com o teatro, além de outros detalhes sobre a carreira. Veja a entrevista completa abaixo e ouça no spotify:
Ouça:
Leia mais sobre Festival Sangue Novo no iBahia.com e siga o portal no Google Notícias.
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!