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GASTRONOMIA

Aprenda a cultivar uma horta em casa e como utilizar os temperos

Ter ervas aromáticas na cozinha é mais fácil do que você imagina

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Redação iBahia

07/06/2020 às 21:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 23:42 - há XX semanas
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Para quem cozinha em casa, nada pior que comprar na feira um tempero vistoso, verdinho, e reencontrar sua versão murcha e sem vida na hora de preparar a receita. Cheias de sabor quando frescas, ervas como o manjerição, a salsa e o coentro podem ser o toque de vida que uma receita precisa. Mas nem todo mundo tem a agilidade para aproveitar esse potencial aromático no dia a dia. É por isso que chefs amadores de respeito costumam ter suas próprias hortas em casa. Pode parecer complicado, mas basta um cantinho de casa com luz do sol e um pouco de empenho de jardineiro.

Com experiência em auxiliar grandes e pequenos cultivos, a Embrapa divide abaixo dez dicas para plantar uma florestinha de temperos de cozinha em casa sem medo. As recomendações estão no guia "Hortas em pequenos espaços", publicado no ano passado. No fim, ensinamos como usar os temperos mais comuns da gastronomia. Do vaso direto para a panela.

1) Canto ideal

Escolha um local para suas plantas que tenha ao menos cinco horas de sol por dia. Pode ser um quintal, uma varanda ou uma janela.

2) Vasos e recipientes

Os temperos podem ser plantados em vasos comerciais com drenagem. Também dá para aproveitar recipientes como garrafas pet, canos grossos de PVC, baldes, latas, vasilhas de comida. Basta cortar cada um do tamanho desejado, higienizar e furar o fundo.

3) Terra perfeita

O solo deve ser uma mistura de terra de barranco (aquela de cor alaranjada) com adubo orgânico e químico (NPK). A proporção deve ser de dez partes de terra para sete de esterco de gado ou três de esterco de galinha. Para o NPK, usar as instruções do rótulo.

4) Temperos variados

Entre os temperos adequados ao cultivo caseiro, estão coentro, cebolinha, salsa, alecrim, hortelã, manjericão, tomilho e alfavaca. O ideal é pesquisar antes as características de cada planta, como necessidade de água e sol.

5) Onde comprar

As sementes podem ser encontradas em casas agropecuárias, mercados e CEASAs. O ideal é comprar pouca quantidade. O que sobrar deve ser armazenado em lugares frescos, sem a presença de luz, ou na geladeira, em embalagens bem vedadas, por no máximo um ano.

6) Plantio

Caso opte pelo plantio de semente, fazer covas na terra de no máximo 1,5 cm. Salpicar até três sementes por cova.

7) Hora de regar

Durante a fase de semeadura e crescimento das mudas, a rega deve ser feita duas vezes ao dia, no amanhecer e no fim da tarde. Para plantas jovens, uma vez ao dia, e as adultas, de quatro a cinco vezes por semana.

8) Distância para crescer

Cada planta tem um espaçamento ideal, mas é bom trabalhar com um mínimo de 15 cm. Quando as mudas estiverem com três a quatro folhas definitivas, arrancar as plantas mais fracas e deixar as mais vigorosas.

9) Hábitos saudáveis

Para evitar doenças e pragas, as dicas são: fazer adubações equilibradas, eliminar plantas doentes, usar sementes certificadas, plantar em épocas favoráveis a cada espécie e não exagerar na rega. A poda também é importante para manter a saúde e o vigor das plantas.

10) Combate aos bichos

Existem inseticidas naturais, como o óleo de neem (ou nim), extraído de uma árvore nativa da Índia, que são eficazes e não tiram da sua horta os benefícios de uma cultura orgânica. Outros incluem calda de cebola e até o leite de vaca cru.


COMO USAR OS PRINCIPAIS TEMPEROS DA COZINHA:

ALECRIM: Fica muito bom aquecido. Nas batatas assadas rústicas, é um clássico. Também funciona bem com frango assado, na focaccia, para aromatizar o azeite. Galhos longos podem ser usados como palito de espetinhos de legumes.

CEBOLINHA: Com a salsinha, compõe o famoso cheiro verde. É perfeita nos ovos mexidos, omeletes, cogumelos e aparece bastante na cozinha asiática, em salteados na wok. O ideal é usar na finalização, já que o calor atenua demais o sabor. A prima ciboulette, mais fina, dá um efeito visual delicado.

COENTRO: Tempero do tipo "ame ou odeie" (quem é do segundo time diz que tem cheiro de sabão). É muito usado no Nordeste para finalizar moquecas, bobós e o baião de dois. Os mexicanos não dispensam no guacamole. Os grãos são usados no curry, em conservas e marinadas.

HORTELÃ: Dá aquele toque de frescor a saladas como as árabes fatuche e tabule. Entra ainda em molhos à base de iogurte, em sucos e dá um chá digestivo excelente. É sempre mais saborosa quando fresca, sem aquecer. Uma das raras exceções é na sopa de ervilha.

MANJERICÃO: Muito associado à culinária italiana, entra no perfumado molho pesto, acompanhamento de massas, e na salada caprese, com mozarela. O tomate é um amigo inseparável para receitas como a bruschetta. Se for picar, deixe para a hora de servir para evitar a oxidação das folhas.

ORÉGANO: Um dos poucos da lista mais conhecido na versão seca, que concentra mais o sabor. Entra no molho chimichurri argentino, na pizza (claro), no ratatouille, nas lasanhas e no ragu de carne.

SALSA: Para os íntimos, salsinha. É uma das mais versáteis da lista, com incontáveis usos. Dá gosto a ensopados, bolinhos, recheios de tortas, bolinho de bacalhau, falafel, cuscuz... Fica mais saborosa no fim das receitas, picada. Até o arroz branco ganha um charme a mais com ela. A crespa é a melhor para ser usada em folhas inteiras, para decorar.

SÁLVIA: Fica ótima na abóbora assada. Com manteiga, é um casamento ideal. Compõe a saltimbocca, um prato típico italiano com escalopes de vitela envolvidos com presunto.

TOMILHO: Indispensável no bouquet garni, aquele mix de temperos usado nos longos cozimentos. Combina muito com carnes ensopadas e receitas com vinho. É obrigatório em um clássico francês, o boeuf bourguignon, um guisado de carne de boi.

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