Afinal, o que é esse tal de lúpulo que tanto as cervejarias e as campanhas na TV falam? Na verdade, o lúpulo é uma flor de uma planta trepadeira (chega a atingir de cinco a oito metros) e se desenvolve em regiões de clima frio. Mestre-cervejeira de Skol, Laura Aguiar conta ao iBahia curiosidades sobre o misterioso ingrediente.
1 - Tem forte ligação com a Alemanha
A evidência mais aceita do primeiro campo de cultivo de lúpulo data de 736, próximo a Gensenfeld, no distrito de Hallertau, região da atual Alemanha. O país, aliás, é um dos o principais produtores desse ingrediente no mundo.
2 - Freira o incorporou na cerveja
Inicialmente, o lúpulo não era usado como um ingrediente das cervejas. Então, no início do século XI, a freira Hildegard von Bingen fez os primeiros registros da utilização dessa flor na bebida. Provavelmente, por conta de suas propriedades conservantes e aromatizantes.
3 - O ‘tempero’ da cerveja
Após a descoberta de Hildegard, o ingrediente não deixou mais as cervejas. Afinal, é responsável pelas substâncias que conferem amargor e aroma à bebida. Os componentes amargos são os alfa-ácidos. Durante a fervura, estes compostos passam por um processo chamado isomerização, tornando-os solúveis no mosto e, assim, conferindo o amargor. Portanto, quanto mais alfa-ácidos, mais amarga a cerveja ficará. Em relação ao aroma, as notas obtidas são o resultado da harmonia sensorial de inúmeras substâncias aromáticas encontradas na planta, que são compostas principalmente de óleos essenciais.
4 - Outras propriedades
Mas o lúpulo não confere apenas aroma e amargor para a cerveja. Como descobriu Hildegard von Bingen, a flor tem outras características, como um grande poder bacteriostático, com substancias que evitam a proliferação de bactérias, sendo um conservante natural. Além disso, o lúpulo tem um poder antioxidante. Se não bastasse, essa flor ainda auxilia na formação da espuma da bebida.
5 - Quando usar?
Na fabricação das cervejas, o lúpulo é usado normalmente no início do processo cervejeiro, na etapa de brasagem, durante a fervura. No entanto, existem algumas diferenças entre o momento de adição do lúpulo de amargor e o aromático.
Os primeiros são adicionados no início da fervura do mosto cervejeiro (líquido rico em açúcares e nutrientes extraídos do malte), pois eles precisam das elevadas temperaturas para se tornarem solúveis no mosto e conferirem o amargor. Já no fim da fervura são colocados os lúpulos de aroma, porque se eles entrarem muito cedo no processo, seus óleos essenciais evaporam e não cumprem sua função aromática. Alguns estilos podem receber uma terceira etapa, já no fim do processo cervejeiro conhecida como dry hopping. Ela consiste na adição tardia do lúpulo de forma a aumentar a intensidade de aromas.
6 - Características
O lúpulo é uma planta trepadeira, que se desenvolve favoravelmente em climas frios, sendo cultivada principalmente na Europa e na América do Norte. A plantação deve estar entre os paralelos geográficos 30˚ e 50˚, em um solo rico em nutrientes específicos, com água frequente em pequenas quantidades e recebendo muitas horas de sol. Assim, além da Alemanha, outros países com grande produção são: Estados Unidos, China, República Tcheca, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia, entre outros. Os lúpulos usados na produção de SKOL Hops são alemães e americanos.
E no Brasil? Por conta das características do país, o Brasil não tem uma produção. No entanto, nos últimos anos, já existem tentativas de fazer o cultivo da planta, algumas delas com sucesso.
7 - Uma planta com sexo
Não é brincadeira, mas o lúpulo tem sua variedade masculina e feminina. E somente a planta fêmea é usada na fabricação da cerveja. Isso porque nela são formadas glândulas de lupulina que contêm resinas e óleos, substâncias que conferem as características desejadas à bebida.
8 - Maturidade e cuidados
A plantação de lúpulo se torna rentável entre o 3º e o 15º ano. Nesse tempo, ele chega ao ápice na formação de amargor e aroma. Além disso, passa por um processo de secagem após a colheita. O ingrediente deve ser mantido em locais frescos, secos e sem contato com o oxigênio, uma vez que as resinas podem sofrer degradação se expostas.
Normalmente, são usados na cerveja em formato de pellets, mas também podem ser utilizados em flor.
9 - Outros usos
Nos últimos anos, com o crescimento do mercado cervejeiro, diversos ingredientes para a produção da bebida têm sido utilizados na fabricação de alimentos. Com o lúpulo não é diferente. A flor já entrou na produção de geleias, queijos, entre outros.
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Redação iBahia
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