Depois de cerca de oito meses sem receber nenhum tipo de apoio de órgãos públicos para manutenção dos seus trabalhos, ONGs e protetores independentes da causa animal devem voltar a ganhar ração gratuita por parte da Prefeitura de Salvador.
Em entrevista ao Ibahia, Michelle Holanda, diretora da Diretoria de Promoção a Saúde e Proteção Animal (Dipa), vinculada à Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção animal (Secis), disse que a pasta deu entrada a um novo processo licitatório e o pregão está marcado para ocorrer no próximo dia 11 de agosto.
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“Nós iniciamos na pandemia o programa ‘Ração para quem precisa’ e distribuímos mensalmente ração para ONGs e protetores independentes com mais de vinte animais, como forma de amenizar esses custos. Essas rações foram adquiridas através de licitação e a partir do momento que a ração terminou, a gente deu entrada para aquisição de novas. Então o programa retorna, provavelmente, ainda esse ano”, contou. Segundo Michele, um chamamento público para cadastro de ONGs e protetores independentes será realizado assim que as rações estiverem disponíveis.
Ainda de acordo com a diretora, Salvador possui hoje cerca de 50 instituições e protetores que abrigam animais. Atualmente, a Dipa apoia esse trabalho realizando, em livre demanda, a castração de cães e gatos. “O munícipe tem direito a três castrações, mas no caso de ONGs e protetores os procedimentos são realizados de forma ilimitada. A gente sabe que eles não têm apoio governamental, então nós facilitamos para que eles consigam castrar o maior número de animais, que normalmente são errantes. Então eles pegam esses animais, esterilizam e devolvem para o lugar de captura”, explicou.
De acordo com Michelle Holanda, o último censo de animais de rua na capital baiana apontava que havia 300 mil cães e gatos, mas esse número pode ter caído para 250 mil. A diminuição, segundo ela, seria por conta das castrações. ”A gente teve um número grande de castração em 2021 e 2002. Só esse ano foram 10 mil castrações executadas. Então a gente consegue ver as consequências do trabalho desses protetores, observando a diminuição dos animais errantes”.
Uma outra novidade que pode acontecer, só que no ano que vem, é a criação de um espaço municipal que terá como função abrigar animais errantes que serão castrados e depois devolvidos para o seu lugar de origem. “A Diretoria tenta buscar uma forma de recolhimento do animal de pequeno porte em Salvador, porém de forma atrelada a captura, esterilização e devolução, com o objetivo de diminuir o número de animais errantes na rua. Não adianta a gente ter a captura e as pessoas continuarem abandonando, então o ideal é a conscientização e castração para evitar esse descontrole habitacional”, anunciou.
Segundo Michelle, a pasta está elaborando um termo de referência para que esse trabalho seja executado. A ideia é que ele tenha início no começo de 2024 e que cerca de 300 animais sejam acolhidos, castrados e devolvidos às ruas por mês.
Gabriela Braga
Gabriela Braga
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