O baiano Tácio Schaeppi já está em preparação para narrar a final do Campeonato Brasileiro de League Of Legends (CBLOL 23), que acontece em Recife, no dia 9 de setembro.
Em entrevista ao iBahia, o narrador relembrou o início da carreira, falou do preconceito enfrentado na profissão e revelou um sonho bem baiano que ainda não realizou.
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"Ao longo da minha vida eu sempre quis trabalhar com algo no meio “nerd” mas nunca soube com o que especificamente. Daí organizei e produzi eventos de anime, fiz parte de fansubs e rádios otaku, etc. Em 2013 o grupo de amigos que organizava os eventos de anime que eu participava resolveu organizar um evento de games, o Gamepolitan”, iniciou relembrando como começou no mundo dos games.
“Estávamos procurando um narrador para o torneio de LoL que estávamos organizando, mas não existiam muitas possibilidades no mercado. Eu então resolvi assumir o desafio de narrar. Ao realizar o primeiro dia de narração, eu me vi completamente apaixonado e pensei comigo mesmo que tinha encontrado o trabalho da minha vida. Desde então dividi minha vida entre a advocacia e a narração, até 2014, que larguei o direito e assumi a narração como profissão”, completou.
Agora, Tácio vai narrar a final de “League Of Legends”, ou simplesmente LOL, um dos jogos de batalhas multiplayer mais populares do mundo. Em 2021, o game chegou a um total de 115 milhões de jogadores mensais.
Porém, antes de chegar nesse patamar, o baiano enfrentou algumas barreiras como o preconceito pelo sotaque, apesar de ter sido uma minoria no percursso dele.
“No início, quando assumi a narração de um grande torneio nacional, existiu um certo preconceito do chat na transmissão. Falavam algo do tipo 'o que esse nordestino está fazendo aí?', 'Sotaque horrível' , etc. Mas era uma minoria que falava isso, a grande maioria não se incomodava. Mas mesmo sendo poucos, acabava machucando sim quando lia estes comentários”, explicou.
Preparação diária e sonho na Fonte Nova
Quem pensa que para narrar é só chegar algumas horas antes do evento e começar a falar o que está acontecendo, está bem enganado. A preparação para a narração é diária e conta com diversos hábitos para a preservação da voz, pro exemplo, além de estudos acerca do jogo.
“A preparação na verdade vem muito antes do evento em si. Ela é diária. Junto com nossa fono, a Dra. Márcia, eu executo uma rotina diária de exercícios vocais de fortalecimento, aquecimento, respiração, entre outros”, contou Tácio Schaeppi.
“Além disso, adotei na minha vida diversos hábitos para preservar minha voz o máximo possível, deixei de beber bebidas alcoólicas, bebidas gaseificadas, e diversos tipos de alimentos. Em minha rotina faço estudos diversos sobre o jogo em si e campeonatos ao redor do mundo para usar como base comparativa e estatística”, completou.
O baiano ainda revelou o sonho de poder de narrar uma final de CBLOL em Salvador, mais especificamente na Arena Fonte Nova. “O nordestino é o torcedor mais apaixonado que existe no mundo! E o Nordeste é minha casa”, revelou.
“Meu grande sonho é narrar uma final de CBLOL em Salvador, de preferência na Arena Fonte Nova e sei que esse dia vai chegar, mas enquanto não chega, eu aproveito cada vez que visitamos o Nordeste numa final. Essa final já é a maior final de todos os tempos. O Nordeste vai receber dia 09/09 um evento que vai ser eterno na história dos Esports! E vai ser uma honra poder contar essa história para todos através da minha narração”, finalizou.
Lucas Mascarenhas
Lucas Mascarenhas
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