Que a Bahia possui uma diversidade literária que inspira leitores em todo o mundo não é novidade. Nesta quinta-feira (25), Dia Nacional do Escritor, é ainda mais importante homenagear escritores e escritoras do estado, berço da cultura brasileira.
Em Ilhéus, no sul da Bahia, o legado literário é marcado por um dos maiores escritores da literatura brasileira: Jorge Amado. Quando se fala na cidade, é impossível não mencionar o nome de Amado, cuja obra é considerada imortal. No entanto, outros talentosos escritores ilheenses movimentam a cultura regional e não têm o reconhecido merecido. Pensando nisso, o iBahia traz alguns desses autores importantes para a literatura.
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• Ruy Póvoas
Ruy do Carmo Póvoas nasceu em Ilhéus, em 1943. O baiano fundou o Ilê Axé Ijexá, terreiro de candomblé de origem nagô, de nação Ijexá, no qual exerce até hoje a função de babalorixá. Ruy se licenciou em Letras pela antiga Faculdade de Filosofia de Itabuna e fez mestrado em Letras Vernáculas, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Lecionou Língua Portuguesa durante 50 anos, até se aposentar pela Universidade Estadual de Santa Cruz, localizada em Ilhéus.
Poeta, contista e ensaísta, publicou as obras o “Vocabulário da paixão”, “A linguagem do candomblé”, “Itan dos mais-velhos”, “Itan de boca a ouvido”, “A fala do santo”, “VersoREverso”, “Da porteira para fora”, “A memória do feminino no candomblé”, “Mejigã e o contexto da escravidão”, “A viagem de Orixalá” e “Novos dizeres e Representações do escondido”. O escritor ocupa a Cadeira 18 da Academia de Letras de Ilhéus e é membro fundador da Academia de Letras de Itabuna.
• Maria Heine
Maria Luiza Heine nasceu no Rio de Janeiro e foi radicada em Ilhéus na década de 1970. É formada em Filosofia pela antiga Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna (FESPI), especializou-se em História de Ilhéus e é mestranda em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
Professora da Rede Municipal de Ensino, implantou o ensino da História de Ilhéus nas terceiras séries das escolas municipais. Tem três obras publicadas: “Ilhéus e outras Crônicas”, “IME, O Sonho de Eusinio Lavigne” e “Passeio na Capitania de São Jorge dos Ilhéus” (3 edições). Em 2003, passou a dirigir a Fundação Cultural de Ilhéus.
• Adonias Filho
Adonias Aguiar Filho nasceu num antigo distrito de Ilhéus, Pirangi, em 1915. Foi um crítico literário, romancista, contista e ensaísta. Ele é considerado um dos escritores mais originais da literatura brasileira, com um estilo que combinava metáforas, transfiguração poética, concisão e ritmo sincopado.
Alguns dos seus títulos notáveis são “Léguas da Promissão”, “Corpo Vivo”, “Memórias de Lázaro”, “Luanda Beira Bahia”, “As Velhas e O Homem de Branco” , “Sul da Bahia: Chão do Cacau” e “O Bloqueio Cultural”. O escritor foi diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, onde morou por muitos anos. Ele morreu em 2 de agosto de 1990, em Ilhéus.
• Jane Badaró
Jane Hilda Mendonça Badaró nasceu no Rio de Janeiro em 1962 e recebeu o título de Cidadã Ilheense em 2019. Além de poetisa, é uma artista plástica que já apresentou diversas exposições individuais em Ilhéus, na Galeria do Teatro Municipal, Centro de Convenções, Museu da Piedade, Museu da Capitania, Espaço Cultural Bataclan, entre outros. Em 2016, lançou o livro “Imagens & Sentimentos: Poemas (Des) engavetados e Pinturas".
Jane descreve seu estilo como espontâneo, com temáticas variadas, e que incluem regionalismo e surrealismo. Formada em Direito, também atua como advogada e professora na Universidade Estadual de Santa Cruz, lotada no Departamento de Ciências Jurídicas. É membro e Secretária-Geral da Academia de Letras de Ilhéus.
• Florisvaldo Mattos
Florisvaldo Mattos nasceu no antigo distrito de Ilhéus, Uruçuca, em 1932. É um poeta, professor e jornalista brasileiro. Formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, atuou na área do jornalismo até 2011. É Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia, onde ingressou como professor. Florisvaldo Mattos se tornou membro da Academia de Letras da Bahia em 1995, ocupando a Cadeira 31.
Entre seus livros publicados, se destacam: “Reverdor”, “Fábula Civil”, “Dois Poemas para Glauber Rocha”, “A caligrafia do soluço e poesia anterior” e “Estação de prosa & diversos”. Em 1996, a União Brasileira de Escritores concedeu-lhe o Prêmio Ribeiro Couto de Poesia, por seu livro "A caligrafia do soluço e poesia anterior".
Brenda Santos
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