Líder da Legião Urbana — a maior banda de rock do Brasil, com mais de 20 milhões de discos vendidos e um memorável histórico de shows lotados —, Renato Manfredini Júnior morreu no dia 11 de outubro de 1996, vítima de complicações da Aids. Já era um mito. Agora, às vésperas dos 20 anos de sua morte, ele será celebrado com lançamentos, eventos e reedições que mostram que, desde 1996, Renato só fez crescer em notoriedade e adoração.
A maioria dos eventos acontece agora em outubro. No dia 7, chega às livrarias “The 42nd St. Band: romance de uma banda imaginária”, ficção escrita na adolescência pelo líder da Legião. Dia 11, o ator Bruce Gomlevsky reestreia “Renato Russo, o musical”, que foi montado em 2006, nos dez anos de morte do cantor, e somou mais de 200 mil espectadores. Também no dia da morte, será lançado “Viva Renato Russo 20 anos”, álbum-tributo só com bandas da nova geração do rock brasileiro. E, no dia 28, a Universal Music lança uma caixa com cinco álbuns solo que Renato gravou. Tem mais. No ano que vem, ele ressurge numa exposição no MIS de São Paulo, no filme “Eduardo e Mônica”, dirigido por René Sampaio, e na adaptação teatral do livro “Só por hoje e para sempre”, também a cargo de Gomlevsky. Confira as homenagens ao cantor.
Dez anos depois, o musical volta aos palcos
Um dos grandes sucessos do teatro brasileiro, “Renato Russo, o musical” teve 349 apresentações, passando por 40 cidades brasileiras. Agora, volta ao Teatro NET Rio, após um hiato de cinco anos. O musical reestreia no dia 11 de outubro, para uma temporada que vai até 6 de novembro.
— Ele volta como era — promete Bruce Gomlevsky. — Renato sobrevive sobretudo por ser um grande poeta, com quem o jovem se identifica.
Exposição aposta na intimidade
Manuscritos, diários, discos, livros, esculturas, quadros, desenhos, fotos, instrumentos musicais e roupas estarão na exposição que o Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo fará com o acervo de Renato Russo em 2017.
— Nossas mostras são sempre experiências sensoriais, com o objetivo de agradar aos fãs que já existem e de criar novos — diz André Sturm, diretor do MIS, que mergulha no material pré-selecionado em novembro.
História de Eduardo e Mônica chegam as telonas
Diretor do bem-sucedido “Faroeste caboclo”, René Sampaio volta a adaptar para o cinema uma letra de Renato Russo. Em outubro, entra em produção “Eduardo e Mônica”, longa que ele começa a filmar ano que vem, para contar a história do improvável casal da música de sucesso do álbum “Dois” (1986), da Legião Urbana. A ação do filme se passa em Brasília, no ano do lançamento do disco. O roteiro, que teve uma primeira versão de Luiz Bolognesi, é assinado por Domingos Oliveira e Victor Atherino (do “Faroeste”).
— Essa é uma história solar, ao contrário do “Faroeste caboclo”. O Domingos , um mestre da comédia romântica, deu leveza ao texto — diz René.
Disco-tributo traz releituras de sucessos
Um “Que país é este” vertido para o heavy metal pela banda paulista República. Os niteroienses do Facção Caipira countryficando o “Faroeste caboclo”. A gaúcha Duda Brack vestindo de experimentalismos o “Boomerang blues”. Tudo isso está em “Viva Renato Russo 20 anos”, disco que ainda tem a banda carioca Baleia (com a sombria “Mariane”) e os curitibanos Uh La La! (fazendo um bubblegum de “Eduardo e Mônica”). Faixas bônus trazem a japonesa Tsubasa Imamura (“Eu sei”) e o espanhol Sepiurca Zukin (com “39”, uma versão em espanhol para a canção “Vinte e Nove”).
Gravação inédita e relançamento
Renato Russo encontrou tempo para gravar dois álbuns solo: “The Stonewall Celebration” (1994) e “Equilíbrio distante” (1995, de canções em italiano que fizeram muito sucesso e o levaram a um público além da Legião). Outros foram lançados postumamente, incluindo “O último solo” (1997), “Presente” (2003) e “Duetos” (2010). Agora, a Universal Music, que detém o acervo da gravadora EMI, reedita esses cinco numa caixa. A cereja do bolo é uma faixa inédita, com gravações do “Equilíbrio distante” (foto): uma versão rock da música “Il mondo degli altri”, originalmente romântica e lenta.
Biografia revista e ampliada
Lançada em 2009, “Renato Russo, o filho da revolução” teve quatro edições, mas nenhuma atualização. Os 20 anos da morte do cantor motivaram o biógrafo Carlos Marcelo a reescrever o texto, com olho na passagem do tempo (e nos livros sobre Renato escritos de lá para cá), e a fazer mais entrevistas. Com isso e um novo capítulo, sobre os últimos dias do artista, o livro volta agora às livrarias pela editora Planeta.
— Mesmo doente, Renato foi perfeccionista — diz o autor.
Diário escrito na reabilitação vai virar peça
Para Bruce Gomlevsky, não basta viver Renato Russo num musical. Ele está criando um monólogo baseado em “Só por hoje e para sempre” (Companhia das Letras), livro lançado em julho do ano passado, com o diário da temporada que o cantor passou, entre abril e maio de 1993, numa clínica de reabilitação, para tratar do vício em álcool e drogas.
— É um monólogo entremeado por muitas canções, como “Metal contra as nuvens”, que não estão no musical — promete Gomlevsky, que pretende encenar o espetáculo em 2017.
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Redação iBahia
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