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Biografia do músico e ativista nigeriano Fela Kuti é lançado em Salvador

Após 29 anos do seu lançamento na Europa, chega ao Brasil a versão em português do livro escrito pelo cientista político Carlos Moore com prefácio de Gilberto Gil

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01/06/2011 às 14:27 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:51 - há XX semanas
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Fela Kuti chegou a criar um partido de oposição, Moviment of the People (MOP), e se candidatou a Presidência da Nigéria
O livro "Fela - Esta Vida Puta" , distribuído pelo selo mineiro Nandyala, será lançado com festa em Salvador, neste sábado (3), às 18h, na Casa da Angola, em meio a uma polêmica hollywoodiana: a Broadway (EUA) está com o musical Fela!, produzido pelos astros Jay Z e Will Smith, baseado no livro de Carlos Moore, sem a autorização do autor. No lançamento em Salvador, além da sessão de autógrafos com Moore - escritor angolano que mora na capital baiana há 10 anos - haverá transmissão de vídeos de shows de Fela Kuti e uma festa só de músicas afrobeat com o DJ Sankofa. O evento é uma parceira do CEAFRO – programa do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia (UFBa) com a Casa de Angola. Lançamento nacional - Após 29 anos de lançado na Europa, a proposta de Moore e da editora Nandyala é lançar o livro em várias capitais do país, com muita música e vídeos de Fela Kuti. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre já estão na rota. O livro trás comentários de Sueli Careiro, Carlinhos Brown, Chico César, Yeni Anikulapo Kuti, Seun Anikulapo Kuti, Feni Anikulapo Kuti, Paulo Lins, Robert Farris Thompson, Margaret Busby, Lindsay Barrett e Hugh Masekela. Moore foi amigo de Fela Kuti (1938-1997), cujo nome completo era Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti - o criador do afrobeat um movimento musical e político, nos anos 70. "Fela Kuti se destacou internacionalmente por promover a junção de vários ritmos negros africanos e da diáspora jamaicanos e norte-americanos", afirma o autor. O resultado foi um outro ritmo suingado, envolvente e irresistível. Já as composições de Fela Kuti contestavam a política de governos e regimes autoritários do seu país, a Nigéria. Algumas músicas chegaram a ter mais de 20 minutos de duração. Fela Kuti chegou a criar um partido de oposição, Movimento of the People (MOP), e se candidatou a Presidência da Nigéria.
Biografia autorizada - Fela Kuti era, sem dúvida. adrenalina pura. Depois de muita insistência de Moore, Fela Kuti aceitou a proposta de escrever o que se tornou a única biografia autorizada, em 1981. "Algo do tipo: topo fazer o livro e venha já", conta. Moore não pensou duas vezes e foi ao encontro de Fela Kuti. Na época Moore morava na França e as entrevistas foram feitas em Paris e em Lagos (Nigéria) na Kalakuta, um tipo de república alternativa e independente criada por Fela Kuti que, na verdade, foi um espaço de resistência ao autoritarismo nigeriano e onde também viviam outros músicos e familiares. Foi na Kalakuta que a mãe de Fela Kuti, a ativista Funmilayo Ransome-Kuti, acabou sendo assassinada pela polícia, tendo sida arremessada por uma janela por policiais, durante uma das várias invasões violentas a Kalakuta. No livro, o biógrafo explica que esse crime afetou profundamente Kuti. Essas e muitas outras histórias são contadas por Moore, em primeira pessoa no livro "Fela, Essa Vida Puta", o que dá a sensação do leitor estar conversando com Fela Kuti. Acelerado, criativo, visionário, idealista, amado e odiado, transgressor e rebelde até as últimas conseqüências. Esses adjetivos resumem parte da personalidade polêmica de Fela Kuti e que Moore soube bem dimensionar em seu livro.
Carlos Moore foi exilado e mora na Bahia há 10 anos
O autor - Doutor em Ciências Humanas (Universidade de Paris, França), 1983 e Doutor em Etnologia (Universidade de Paris, França), 1979. Nasceu e cresceu em Cuba, filho de pais jamaicanos, possuindo ambas as cidadanias. Recebeu uma formação interdisciplinar (Etnologia, Sociologia, História, Antropologia) na Universidade de Paris (França), na qual ele obteve dois Ph.Ds, inclusive o prestigiado Doutorado de Estado. Morou e trabalhou na Europa por quinze anos (França), na África por oito anos (Egito, Nigéria e Senegal), no Caribe por dezoito (Trinidad-Tobago, Guadalupe, Martinica), e viajou intensamente pelo sudeste da Ásia (Filipinas, Austrália, Ilhas Fidji, Papua Nova Guiné, Indonésia) em projetos de pesquisa, tendo agora fixado residência permanente em Salvador, Bahia, Brasil. Fluente em quatro línguas (francês, inglês, espanhol e português), Moore Wedderburn possui expertise em assuntos internacionais e o impacto que questões de raça, etnia e gênero exercem sobre a sociedade.[youtube oMqUpODyBk8][youtube p-SQH94Pifc]

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