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MÚSICA

Brown valoriza raízes do Carnaval - dos indígenas ao arrastão

Cantor e compositor divulga sua intensa programação e convidados especiais para a folia, que começa com apresentação de dois trios, na próxima sexta

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25/02/2014 às 19:59 • Atualizada em 01/09/2022 às 19:22 - há XX semanas
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Na entrevista à imprensa, Brown recebeu os presidentes do Comanches, Jorginho Comancheiro, e do Apaxes do Tororó, Adelmo Costa. As entidades são parceiras do artista no Carnaval 2014
Depois de uma temporada de shows com casa cheia e muitos projetos como 'Sarau du Brown' e 'Pérolas Mistas', o cantor e percussionista Carlinhos Brown já está preparado para comemorar seus 35 anos de Carnaval e apresenta ao público dois ícones da folia: os trios Caetanave (1972) e Saborosa (1968), que passa a charmar Garrafão. A ideia é levar às ruas já nesta sexta-feira (28), com a abertura do Furdunço, o som e a alma da festa do passado, com a presença de Armandinho e Lateral Elétrica, além da Varanda Elétrica.Os equipamentos chegam à avenida com características estéticas bem parecidas com as originais, porém, com adaptações técnicas na sonorização. Mas que ninguém espere a mesma potência dos modernos trios, pois o desejo não é esse. Esses carros foram construídos por Raimundo Campos, conhecido como sr. Mundinho, da família Tapajós, que é um personagem importante na história da projeção dos trios desde 1959. Ainda na sexta-feira, o artista se apresenta, a partir das 21h, na abertura do Carnaval Cultural do Pelourinho, que acontece no Largo do Pelourinho. Já no sábado, o cantor fará show no Camarote da Schin, em Ondina.
Como parte do projeto Afródromo Revitaliza, Brown trará a Salvador, ainda, os blocos Garantido e Caprichoso, de Parintins, que participam da festa ao lado dos índios Apaxes do Tororó - que festeja 45 carnavais - e Comanches, no domingo, durante o desfile do Afródromo, selando um intercâmbio cultural entre as manifestações. Cada boi trará 30 componentes, entre eles levantador de toadas, músicos, dançarinos e outros. Mas não para por aí... O comboio Afródromo terá, este ano, novos horários de desfile, o que acontecerá no domingo, segunda e terça, às 18h30 e 21h30. Brown estará presente no comboio no domingo na festa do Campo Grande, junto com Lazzo Matumbi e Tonho Matéria, além da participação de 200 percussionistas e do Grêmio Recreativo Escola de Samba Lira Imperial do Samba com dançarinos, alegorias e 19 entidades afro.Depois do intervalo de um ano, o Camarote Andante também retorna ao Carnaval com seu trio independente, que sairá na segunda-feira, às 21h30, da Barra à Ondina, e com a participação especial da cantora paraibana Lucy Alves. A folia encerra na Quarta-Feira de Cinzas, quando Brown realiza o tradicional Arrastão na companhia dos timbaleiros, da Barra à Ondina. Em entrevista coletiva para apresentar a programação, nesta terça-feira (24), Brown recebeu os presidentes dos blocos Apaxes do Tororó, Adelmo Costa, e do Comanches, Jorginho Comancheiro, que agradeceram publicamente ao Cacique pela parceria. O percussionista, porém, afirmou: "Tudo o que aparece mais na mídia tende a ser endeusado e eu não quero isso. Quero continuar a minha batalha, essa é a minha origem, não estou fazendo nada", disse Brown. Sobre a retomada dos antigos trios, Caetanave e Saborosa/Garrafão, o artista comentou que trata-se da realização de um grande sonho, pois queria mostrar para a nova geração de foliões qual era o conceito e a estrutura do carro usado nos carnavais do passado. Mas ainda existe outro projeto que deseja ver realizado, que é o espaço exclusivo para o Afródromo. Os novos horários para o desfile são bem-vindos e já expressam maior respeito às entidades, mas a luta agora é ter um espaço para que possam se organizar, e este espaço, frisou Brown, não é mais a rua, mas algo parecido com o Sambodrómo, no Rio de Janeiro, ou o Bumbódromo, em Belém. "Só posso agradecer pessoalmente ao prefeito (ACM Neto) e a Bellintani, duas pessoas que eu adoro, quando esta realização estiver feita. Ainda não posso agradecer por isso. Mas também temos problemas jurídicos, porque a maioria dos blocos afro foi formada como associação e precisamos ser empresas, como os blocos da Central do Carnaval. Como associação não podemos nem mexer nas comunidades, porque sabemos que comunidades como as nossas não têm legitimidade; o Candeal é assim e muitos outros são, e temos medo de chegar um prédio e nos tirar de lá, mas acredito que esta administração seja mais sensível a isso", ressaltou o cantor. Programação: Sexta (Campo Grande) - Caetanave com Lateral Elétrica e Garrafão com Varanda ElétricaSábado (Barra) - Caetanave com Amanda Santiago e Garrafão com Lateral ElétricaDomingo (Campo Grande) - AfródromoSegunda (Barra) - Caetanave com Luiz Caldas e Garrafão com Varanda ElétricaTerça (Barra) - AfródromoQuarta (Barra) - Arrastão Um pouco da trajetória Carlinhos Brown se lançou no Carnaval em 1979, quando aos 17 anos, subiu em um trio elétrico pela primeira vez com a banda de rock Mar Revolto. Tocava a percussão que havia aprendido nos terreiros de candomblé. De lá para cá, construiu uma carreira de sucesso, com grandes encontros musicais, feitos internacionais, produções de discos de grandes artistas e números expressivos: São mais de 600 composições, 13 discos, criação da Timbalada, indicação ao Oscar pela trilho de Rio 1, além de prêmios nacionais e internacionais pelo seu trabalho cultural e social. - 'Alfagamabetizado', seu primeiro disco-solo, entrou para a lista dos “1001 discos para ouvir antes de morrer”, coletânea organizada por 90 críticos musicais respeitados em todo o mundo. - Já foi gravado por Maria Bethânia, Marisa Monte, Paralamas do Sucesso, Caetano Veloso, Gal Costa, Simone, Erasmo Carlos, Nando Reis, Cássia Eller, Daniela Mercury, Elza Soares, Jovanotti, Angelique Kidjo, dentre outros. - Em 2012, realizou sua primeira exposição, 'O Olhar que Ouve', com curadoria de Matilde Matos, reunindo seu trabalho de pintura. A exposição passou inclusive pelo Palácio do Planalto. - 'Marabô' é seu disco mais recente. Nele defende o Axé Music em várias faixas como uma linguagem artística identitária da Bahia.

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