Em 1998, Emanuelle Araújo chamou a atenção do Brasil ao assumir os vocais da Banda Eva, substituindo Ivete Sangalo. Em entrevista exclusiva ao iBahia, a artista baiana, que antes da fama nacional era conhecida por protagonizar um comercial de uma loja de eletrodoméstico e móveis, relembrou o peso da comparação com a antecessora.
A cantora citou a responsabilidade de não só fazer jus a história do grupo, mas também de entregar um trabalho tão bom quanto das grandes estrelas da Axé Music na época, como Daniela Mercury, Carla Visi e Márcia Short.
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Segundo Emanuelle, ela se cobrava muito mesmo com pouca idade. A baiana também ponderou que poderia ter se divertido um pouco mais no período em que esteve a frente dos vocais do grupo. Ela deixou a Banda Eva em 2002 para investir na carreira de atriz, dando lugar a Saulo Fernandes.
Eu diria para a minha menina de 20 anos: 'Se divirta. Apenas se divirta'. E isso não significa que eu não tenha me divertido, mas eu sou uma artista extremamente exigente e meu crivo pessoal é muito forte. Naquela época existia um crivo muito grande e forte meu que me fazia estar sempre querendo galgar alguns lugares e percorrer dentro desse universo [da Axé Music] que já era conhecido para mim, mas eu queria sempre inovar, fazer algo diferente" Emanuelle Araújo
"Sentir o trabalho com diversão e leveza faz tudo ficar melhor. Eu tinha uma reverência muito grande a artista Ivete Sangalo, a quem eu sou fã até hoje, que é minha amiga, tenho tanta paixão por essa artista imensa, que naquela época já era. Tinha muito respeito em como a Banda Eva já traçava o caminho na música baiana na época, mas a exigência maior, mesmo sabendo desse cargo [herdado por ela] de 'nova cantora', eu tinha principalmente uma exigência quanto estar a frente como uma cantora de música baiana", ponderou Emanuelle ao iBahia.
A artista detalhou o quanto o trabalho dela na época trouxe referências de nomes como os de Márcia Short e Daniela Mercury. A mãe de Bruna Bulhões ainda afirmou que a onda dela na época era a de mostrar ao mundo a "arte pulsante que havia dentro dela".
"Me lembro de ver Márcia Short [em cima de um trio] aos sete anos e aquilo me deu um impacto, logo depois vejo Daniela Mercury incrível e com tantas linguagens, quando eu encaro a missão de uma 'band líder', eu passo a estar ao lado dessas mulheres e isso me deu uma exigência muito grande, me posicionando com a minha personalidade, foi muito bom, isso me fez construir muitas coisas", pontuou.
Emanuelle Araújo sentiu a necessidade de reverenciar raízes em novo trabalho musical
Atualmente com 30 anos de carreira, Emanuelle Araújo sentiu a necessidade de reverenciar as próprias origens e saudar os ritmos musicais que moldaram ela na música.
O single "Vá Na Paz do Senhor", que resgata o Axé Music raiz, foi lançado no dia 28 de junho e integra o novo projeto da artista. Um audiovisual da canção também foi compartilhado pela cantora, que vai investir no terceiro álbum solo neste segundo semestre. Gravado em Salvador, o clipe dirigido por Nanda Costa e Magali Morais conta com participações especiais de Luis Miranda e Tatau.
"É o momento de reverenciar os ritmos que me fizeram ser quem eu sou e que me conectam ao meu feminino, minha raiz, a minha terra, ao meu povo. É um momento especial para mim", destacou a artista. Assista abaixo:
Emanuelle ainda dividiu que o próprio processo artístico faz com que ela se envolva em todas as esferas do novo projeto, desde a produção à estratégia de lançamento. A baiana ainda pontuou que o tempo da arte é diferente, contemporânea, e que sempre que escolhe um repertório pensa de imediato nas imagens que vão compor o setlist escolhido.
"Sempre existe no artista de olhar para a sua raiz e saudá-la, mesmo que ela esteja ali te deixando em pé em todos os desafios e é esse o momento", disse a cantora.
20 anos da Banda Moinho
A Banda Moinho, fundada por Emanuelle, Lan Lahn e Toni Costa, celebra 20 anos em 2024. Em celebração às bodas de porcelana, o grupo vai realizar uma série de shows em diferentes regiões do país. Salvador deve integrar o roteiro da banda.
"A banda está completando exatamente o tempo que moro no Rio de Janeiro e o Moinho é uma família. Temos carreiras solos potentes e cada um faz os seus trabalhos, mas a gente sempre se reúne, acha espaço na agenda. As pessoas acham que a banda acabou e eu só falo: 'Não gente, temos um casamento aberto, é um amor plural e sempre voltamos para casa'", completou ela.
Lucas Sales
Lucas Sales
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