Pagode e reggae, ritmos diferentes do tradicional axé da Banda Eva, mas que fazem parte do novo DVD do grupo, lançado no último dia 22 de julho. "Sem Filtro" tem a participação de Maneva, Babado Novo e a ilha paradisíaca de Fernando de Noronha como cenário.
Em entrevista ao iBahia, o vocalista Felipe Pezzoni falou sobre as inspirações, dificuldades e bastidores do novo projeto. "A essência é sem filtro porque a gente não quis se limitar a 'isso é ou não axé'. Quisemos fazer música", explica, descrevendo a mistura de ritmos.
Leia também:
De acordo com Felipe, a descoberta de Fernando de Noronha como lugar para a gravação do novo DVD surgiu em uma viagem com a equipe. O que era para ser apenas dois shows se tornou inspiração para a criação de novas composições.
"O som veio depois do que eu vi, tentei explicar o que aquele visual trazia para nós. Foi o visual que trouxe a sonoridade. O todo me deu de presente a trilha sonora”, diz Felipe.
A construção do repertório teve influência do cenário paradisíaco, o que não deixou dúvidas na escolha do local para a gravação. "No final do processo a gente entendeu que não fomos nós que escolhemos a ilha, foi ela que nos escolheu. Quando terminou, falei: 'não, tinha como não ser aqui'", revela o artista.
Repertório
"Mina na Areia", "Louca", "Sem filtro" e regravações de singles da Banda Eva compõem o novo álbum. Além das músicas conhecidas pelo público, sucessos brasileiros como "Dona da Minha Cabeça", de Geraldo Azevedo, e "Lilás", de Djavan, também entraram no repertório.
"Foi algo, realmente, de entregar a responsabilidade para o universo", conta Felipe sobre a criação das canções. O cantor ainda explica que a escolha de "Talismã" em ritmo de reggae aconteceu de forma natural.
"É uma música que veio na minha cabeça. Estava compondo, me veio o refrão e pensei: 'conheço ela de algum lugar'", afirma sobre a canção originalmente interpretada pela dupla sertaneja Leandro & Leonardo.
Outra composição que chama atenção é "Louca". A música, que foge do habitual axé, mistura o reggae e pop, marcando um novo processo da banda, que vem buscando a conexão com outros ritmos, incluindo o samba.
Ao ser perguntado sobre a união dos gêneros, Felipe explica: "Ao juntar reggae e samba temos o 'samba reggae', e isso é a energia da Bahia, foi o que queríamos trazer. Tem a ligação, os nossos laços e sangue com o axé".
Dificuldades
Apesar de parecer uma escolha perfeita, a paisagem de Noronha causou certa incerteza no cantor. Ele explica que a dificuldade em levar materiais para a ilha fez com que pensasse que o projeto não daria certo.
"Eu não conseguia ver a viabilidade nisso porque é muito difícil produzir alguma coisa lá. Qualquer coisa que você faça na ilha é muito complicado, as coisas tem que chegar de navio", diz.
Com curto tempo de produção, o músico conta que tudo teve que acontecer de maneira orgânica para que funcionasse bem, e que esse foi o maior diferencial do projeto. "Foi intuitivo, natural, as músicas foram aparecendo. Não tivemos muito tempo de preparação, mas o processo foi tão fluido que as músicas foram pintando", relembra.
Felipe conta que outra dificuldade foi ter passado um tempo longe de casa por causa das gravações. "Antes era um só, mas agora é a saudade de três filhos. É bem difícil a ausência, mas tudo é para eles. Então tentei otimizar meu tempo para estar mais com eles quando estava aqui", afirma.
No inicio, os planos eram de que as gravações acontecessem nos dias 11, 12 e 13 de novembro de 2021, em um dos shows da banda na Praia da Conceição, mas as filmagens terminaram em um único dia. "Foi o mais impactante. A gente deu de presente pra ilha, pros ilhéus, um show de mais de 3 horas”, finaliza.
Sob supervisão do repórter Ícaro Lima.
Leia mais sobre Música no iBahia.com e siga o portal no Google Notícias
Isla Carvalho
Isla Carvalho
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!