A música está presente em diversos momentos da vida de uma pessoa. Ela pode ser trilha sonora de um grande amor ou de uma grande decepção amorosa. Pode embalar um time na conquista de um título, dar significado a um filme, e também tem a função de trazer o retrato de uma sociedade.
É neste propósito que a dupla Lucas e Orelha trabalha com o lançamento do novo trabalho, o single 'Ninguém Tá Vendo Nada', do projeto 'Felicidade Black'.
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Em entrevista ao iBahia, Lucas Arcanjo falou sobre o momento em que vivem com o trabalho nas ruas.
"A gente tem um conceito. Além de trazer a música para ser alegria, para falar de tristeza, de amor, de relacionamento, a música também é um grito de guerra, um respiro, gera o debate. E para jovens pretos, sempre foi algo nesse mood. E essa música significa muita coisa para a gente. Eu sempre falo que foi uma música que os orixás nos deram. De falar sobre intolerância religiosa, sobre como o algoritmo enxerga os jovens pretos nas redes sociais. Fala um pouco de tudo que a gente já viveu."
Orelha conta que já imaginava que a canção trouxesse um burburinho para as redes sociais, isto é, causasse um impacto, justamente por falar de um tema tão importante quanto a religião, a intolerância e o racismo.
"A gente está em busca. Tá na luta, não é fácil, mas a gente consegue mostrar o nosso trabalho e criar momentos como esse, de falar sobre religiões de matrizes africanas, mostrar que elas são lindas e merecem ser respeitadas. E para mostrar também que todos os jovens pretos devem enxergar um futuro e podem sim galgar um caminho na música falando de coisas bonitas e importantes como essa."
Apoio na cena musical
Além deste trabalho, os cantores, que investem em um estilo R&B desde a passagem pelo Superstar da Globo, programa do qual foram campeões, também estão com um DVD recém lançado que conta com participações de grandes nomes da música brasileira.
"Fomos abraçados desde o início e nesse DVD tem uma galera muito boa com a gente. Aconteceu de uma forma muito natural, mas eu não esperava que teria toda essa galera do pagode em um projeto com a gente."
R&B na terra do pagode
Questionados sobre como é fazer R&B na terra em que o pagode é rei, os artistas, que são referências no gênero no Brasil brincam com a semelhança entre os dois ritmos e afirmam que nunca deixaram o pagodão de lado.
"O pagode ele é o R&B brasileiro, né? Se você pegaria as músicas como a gente fez no mash up que lançamos recentemente, eu peguei os pagodes e coloquei em bit, então você automaticamente entende que a única coisa que difere é a percussão."
Orelha acredita que mesmo não fazendo o pagode o tempo inteiro, o R&B consegue fazer com que eles circulem por todos os ritmos. "A gente se sente livre. Porque com o passar do tempo, a informação, a internet, faz com que você se conecte com outros ritmos, outros lugares, outros países. E a gente consegue trazer tudo para a nossa música."
Para 2023, a banda promete bons produtos para o público e projetos tão impactantes quanto o Felicidade Black. O amor preto será um dos destaques da banda, e clipe de 'Aleluia Amém' é um dos exemplos.
"Lançamos uma música hoje com MC Marks e Mousik que se chama 'Aleluia Amém'. Temos também em mente o projeto 'Virou Pagode', que vem na sequência com 12 faixas e participações maravilhosas".
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Bianca Andrade
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