Eles têm uma ligação que marcou a música brasileira. Erasmo Carlos e Roberto Carlos têm uma parceria de décadas, que começou junto com a carreira artística do "Tremendão". Ainda jovem, ele e Roberto criaram um grupo com Tim Maia, chamado "The Sputniks". A banda, no entanto, foi desfeita após uma briga entre Tim e Roberto.
Erasmo morreu aos 81 anos nesta terça-feira (22), após ser internado na segunda (21), no Rio de Janeiro.
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Mesmo após o fim do grupo com Tim Maia, Erasmo e Roberto seguiram juntos com as paixões por Elvis Presley e pelo Vasco da Gama. Erasmo o grupo "Teh Boys of Rock", que mais tarde teve o nome trocado para The Snakes. O grupo acompanhava tanto Roberto Carlos quanto Tim Maia em seus respectivos shows.
Foi lado do "Rei" que ele marcou a Jovem Guarda. A cantora Wanderléa também fazia parte da atração. O estilo começou como um programa exibido pela TV Record, em São Paulo, apresentado pelos dois, em 1965. O movimento foi o primeiro a colocar a música brasileira em sintonia com o fenômeno internacional do rock da época, catalisado especialmente pelos Beatles. Os músicos e cantores começaram a fazer versões de músicas estrangeiras com letras próprias em português para lançar como se fossem suas, para depois compor suas próprias músicas em uma segunda fase.
No final de 1968, Roberto Carlos deixou o programa de auditório. Sem seu principal ídolo, a TV Record retirou o programa do ar. Desta maneira, o movimento como um todo perdeu força, até que desapareceu no final da década de 1960.
Nome em homenagem
Erasmo adotou o Carlos em seu nome artístico em homenagem ao Roberto Carlos e a Carlos Imperial. Foi com esse nome que lançou o compacto que teria o grande sucesso O Terror dos Namorados.
Briga por direitos autorais
A amizade de Erasmo e Roberto rendeu uma coleção de sucessos. Clássicos como "Minha fama de mau" e "É preciso saber viver" marcaram o rock brasileiro.
O direito de tantos sucessos foi parar na Justiça anos depois. Entre 1964 e 1966, Erasmo Carlos e Roberto Carlos assinaram contratos com a editora Irmãos Vitale S/A. Porém, desde 2018, a dupla tenta, na Justiça, a rescisão dos contratos de cessão de direitos autorais.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, neste ano, ecidiu que não pertencem a Roberto e Erasmo a posse dos direitos autorais de Quero que vá tudo pro inferno e de outras 26 canções compostas pela dupla nos anos 60.
A defesa dos artistas reforçou na época que os contratos não tinham como objetivo "vender" os direitos sobre as suas obras, mas apenas permitir que, mediante o pagamento de royalties, a editora pudesse "explorar" comercialmente as canções, "potencializando os benefícios econômicos de suas criações".
Meses sem contato
Uma das parcerias mais antigas da história da música brasileira também teve momentos de ruptura. Em uma entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, neste mês, Erasmo comentou sobreo único rompimento que os amigos tiveram.
O desentendimento aconteceu após uma apresentação no programa de Wilson Simonal. “Ficamos seis meses sem se falar, mas depois voltamos às boas. E até hoje, a gente só discute na hora das músicas, das composições, mas é tudo coisa de trabaho", disse o Tremendão.
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Redação iBahia
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