E quando o público é o responsável pelo show de abertura de um cantor consagrado? Foi isso que aconteceu no domingo (12), na apresentação do cantor Saulo, no Subúrbio Ferroviário. O bairro de Paripe contou com representantes de diferentes segmentos artísticos locais para se aquecer antes da grande atração na Praça João Martins, dentro do projeto Boca de Brasa, da Fundação Gregório de Mattos (FGM).
Era Dia das Crianças, mas quando Saulo subiu ao palco, pouco depois das 20h, não teve idade para sair do chão como acústico de Raiz De Todo Bem, ao som de violão, guitarra, baixo e percussão. “Quando soube que ia ter show dele aqui isso se transformou em meu sonho, sou muito fã”, contou a estudante Cristiane Souza, 17 anos, que é vizinha da praça onde ficou estacionado o caminhão que abrigou o palco.
"É um prazer estar aqui em um evento de fomento à cultura, que eu acompanho desde o início”, afirmou o cantor para o público, que não parava de pedir “mais cinquenta centavos de som”, no que o cantor respondeu com músicas do repertório do seu álbum Saulo ao Vivo (2013), como Planta na Cabeça.
E no dia dos pequenos, foi comeles que a programação começou, coma palhaçada do Grupo Filó. Convidado, o público entrou na brincadeira. Foi assim que os gêmeos Iago e Ian Regis, 11 anos, mostraram a veia artística. “Eu quero ser jogador de futebol, mas gosto de compor música”, conta Iago, que cantou um funk acompanhado da base feita pelo irmão. Quando a noite chegou, artistas locais mostraram a versatilidade do bairro em uma sequência de apresentações.
As atrações foram desde o cavaco e a saudação ao Subúrbio do cantor Régis SantoAmaro, figura conhecida no bairro, passando pelo rap, o funk em versões romântica e ostentação, apresentação de grupos de teatro, até a capoeira do grupo Bantos.
Essa foi a décima edição do Boca de Brasa, que deve promover em janeiro um festival no Teatro Castro
Alves para reunir representantes dos bairros por onde passou. A ideia do projeto é realizar oficinas nos bairros durante quase uma semana, culminando comapresentação de grupos locais. “Aqui em Paripe é um local que temmuita demanda (de programações culturais) e muitas riquezas”, ressaltou o presidente da FGM, Fernando Guerreiro. Ele também explicou a escolha da atração principal de ontem. “Saulo é um dos artistas que melhor dialoga com a periferia e já realizou três oficinas dentro do programa”, disse.
Desde quarta-feira, a comunidade recebeu oficinas de Audiovisual, Danças Urbanas, Teatro de Rua, Produção Musical, Criação Literária e Elaboração de Projetos e Gestão de Grupos.
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