Cerca de 6% do faturamento do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) no ano de 2014 veio de serviços digitais, como plataformas de streaming. O dado foi divulgado pela Superintendente Executiva do Ecad, Gloria Braga, na tarde desta quarta (11) na DMX (Digital Music Experience), conferência de música digital que acontece no Rio. "Em valores totais, estamos muito aquém da expectativa dos criadores e associações", disse Braga, ecoando críticas feitas pelo ex-Barão Vermelho Roberto Frejat no mesmo evento. Para eles, a baixa arrecadação se deve ao fato de as gravadoras negociarem diretamente com os serviços, como Deezer e Spotify, e deixarem os artistas fora da discussão. "Com os contratos que temos hoje, o fonograma [artista e gravadora] leva cerca de 51% dos rendimentos, e o autoral, que é a parte do compositor, fica com algo entre 8 e 10%. Só que, hoje, o músico já chega com a canção pronta e a apresenta para a gravadora. Ou seja, a gravadora deixou de ter importância como estúdio. Há um desequilíbrio aí", disse Frejat na noite de terça (10). A maior parte do faturamento do Ecad vem de reproduções em rádio e televisão. Ainda que a proporção do mercado digital seja pequena, o Ecad espera que ela vá crescer cerca de 20% em 2016. "Parecem más notícias, mas nossa experiência no Ecad é que tudo começa devagar e pequeno. A TV por assinatura por muitos anos não remunerou criadores e hoje esse segmento está regularizado", exemplificou.
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