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MÚSICA

Sylvio Fraga lança simultaneamente álbum e coletânea de poemas

O livro, que começou a ser escrito enquanto o autor morava em Nova York, tem um toque autobiográfico

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14/03/2016 às 23:30 • Atualizada em 28/08/2022 às 4:56 - há XX semanas
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O carioca Sylvio Fraga, 30 anos, fazia faculdade de economia na PUC do Rio de Janeiro e percebia a empolgação dos colegas com o curso. Mas o seu interesse era outro: queria mesmo era escrever poemas e compor, como já fazia desde muito cedo, aos seis ou sete anos de idade No meio da faculdade, distanciou-se ainda mais das ciências econômicas e acabou dirigindo o Museu Antônio Parreiras, no Rio, quando tinha 22 anos. Graduou-se em economia, mas só pegou o diploma para fazer a pós graduação em poesia, na New York University. Estudou ali por dois anos para, finalmente, realizar o sonho de se dedicar exclusivamente à música e à poesia, como tem feito. Agora, Sylvio lança, praticamente ao mesmo tempo, uma coletânea de poemas, Cardume (7Letras), e o álbum Cigarra no Trovão (Discole). Mas ele diz que separa bem seus trabalhos: “Não acho que nenhum poema meu renderia uma boa música. Nem as letras das canções poderiam ser consideradas bons poemas”. Sylvio, filho do economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, lembra-se que desde a infância arriscava-se nas criações: “Aos seis ou sete anos, eu pegava meu violão e ia pro quintal da casa para tocar e inventar letras. Pouco depois, veio o interesse pela escrita em verso. Mas comecei a escrever poemas antes mesmo de lê-los”. Os poemas de Sylvio são em versos livres, então não seguem um padrão de métrica definida. E os temas são predominantemente urbanos: “Mas é inevitável uma conexão com a natureza, Eu vivo no Rio, mas ao lado do Jardim Botânico. E sempre que posso vou ao sítio". O livro, que começou a ser escrito enquanto o autor morava em Nova York, tem um toque autobiográfico, observa o poeta: “Tem personagens que aparecem de vez em quando, como o cão Panda, um vira-lata que eu tinha. Tem também Flora, que era uma namorada minha”. Há ainda lembranças do período em que viveu em New Jersey ainda criança, com a família, como nesse trecho de um poema sem título: “Uma infância em New Jersey/vem como defeitos como não saber /que Roberto Carlos só tem uma perna”. Canções A primeira aventura profissional de Sylvio na música foi em 2013, com o disco Rosto. Na ocasião, formou um trio, que, agora se transformou num quinteto. Além de Sylvio, no vocal, estão no disco Bruno Aguilar (baixo), José Arimatéa (trompete), Lucas Cypriano (piano) e Mac William Caetano (bateria). Entre as 13 composições, cinco são assinadas apenas por Sylvio Fraga, que, em outras faixas, divide a autoria com parceiros como Thiago Amud, Pedro Dias Carneiro e Eucanaã Ferraz. O compositor e poeta não enquadra as músicas em um gênero específico. Para ele, são simplesmente “canções”, que resultam de uma formação diversificada como ouvinte. “Em casa, o que chegou primeiro para mim foi João Bosco, Rita Lee, Caetano Veloso... Depois, um mergulho no jazz, na música clássica, em Tom Jobim e Milton Nascimento”, revela Sylvio, que agora, como ouvinte, tem se dedicado ao jazz contemporâneo e à música clássica.
Correio24horas

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