Quem lembra de Ana Karolina Lannes, a Ágata de 'Avenida Brasil', deve recordar ainda que, na época em que ela estava no ar, virou notícia o fato de ela ser criada por dois homens. Quatro anos depois a atriz, aos 16, criou um canal no Youtube e, em um dos vídeos, ela falou sobre a relação com os pais, Fábio e João Paulo.
“É a mesma coisa que qualquer outra família. Um grita, manda colocar chinelo, colocar casaco, escovar o dente, fala das notas, reclama, tira telefone. É a mesma ladainha. Um é mais carinhoso, outro é mais bravo, um deixa, outro não. É como qualquer casal, não muda nada. O fato de serem dois homens, para menina é até mais legal porque menina geralmente gosta mais do pai, né? Eles são a coisa mais maravilhosa que aconteceu comigo. Se não fossem eles, não sei o que teria acontecido porque quando minha mãe morreu, não tinham quem ficasse comigo, minhas irmãs tinham a vida delas, minha avó já era de idade. Se eu tivesse ido para um orfanato, minha vida teria sido diferente. Tudo que eu tenho, sou e já fiz, devo a eles”, disse ela no vídeo, emocionada.
Ana Karolina Lannes comentou ainda que foi vítima de comentários preconceituosos na época da novela e chegaram a dizer que ela seria gay por viver com um casal homossexual: “Eu não consigo entender gente que julga e tira conclusões precipitadas. Assim como dentro de casa eu vejo dois homens, na rua eu vejo um homem e uma mulher, duas mulheres. Eles nunca falaram para eu ser lésbica ou hetero, sempre me deixaram livre. Se um dia acontecer, é escolha minha. A gente vai se descobrindo. Respeitem a vida da pessoa, o que ela faz. Não importa o que você pensa, guarda a opinião”, afirmou a adolescente, que citou algumas diferenças pro ser criada por dois homens. “Primeira menstruação, maquiagem, demorei um pouco mais. Fui pegando o jeito meio que sozinha, com uma amiga e outra e minha avó que faleceu”.
A menina lembrou que sua mãe morreu quando ela tinha 4 anos e o pai biológico era ausente, por isso o tio, Fábio, a levou para morar com ele. “Vim para São Paulo com meu tio e aqui ele conheceu o marido dele, João Paulo. Às vezes os chamo de pai, de tio. Quando eu grito ‘pai’, os dois olham. Eles começaram a ficar juntos e depois a gente se mudou do apartamento do meu tio para o do João Paulo. Há 10 anos tenho a família mais maravilhosa do mundo. Se tem uma coisa que gosto muito é da minha familia. Todo mundo quer ser diferente, especial de algum jeito, e a minha família é muito especial”.
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Redação iBahia
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