Pedro Cardoso, que deu vida ao emblemático Agostinho em "A Grande Família", fez um longo desabafo nas redes sociais neste sábado (17).
O ator usou o perfil oficial no Instagram para se pronunciar com os fãs depois de ver que teve o rosto cortado do destaque da série, que pertence à TV Globo, na Globoplay.
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Na legenda de uma foto onde mostra o recorte feito na plataforma, o ator falou sobre uso de imagem e citou problemas que teve com isso ao longo dos anos.
"Eu me insurjo contra a ilegalidade legalizada do direito autoral desde o meu primeiro dia na profissão. E acumulo derrotas. O apagamento da minha figura no cartaz promocional de A Grande Família não é acidental. É determinação de me apagar da história. Patético!", diz o final do desabafo.
Vale lembrar que Pedro Cardoso tem uma série de problemas com a emissora e até mesmo com a atriz Guta Stresser, com quem viveu par romântico ao longo das 14 temporadas da série.
Veja o desabafo na íntegra:
O DIREITO AUTORAL E A AUTOIMAGEM NACIONAL.
A ética, eu penso, deveria forçar um equilíbrio de poder na relação econômica-simbiótica entre o comerciante investidor e o artesão. Assim deveria ser pelo imperativo ético que reclama justiça; e de estarem ligados por interesse comum e mútua dependência. Mas o sistema jurídico atual autoriza o comerciante investidor a se apossar da totalidade da titularidade da criação do artesão. E, mesmo que a lei proteja o direito moral - que garantiria ao autor sua autoria sobre a obra - a lei permite que o comerciante investidor se faça dono de obra chamada coletiva. E, para além da lei, ainda o poder econômico permite o abuso de a obra ser modificada pelo comerciante investidor a contra gosto de seu autor, o artesão. Está nos contratos e os tribunais, ao que sei - e não seu tudo - creio que confirmam o direito e sua extensão para além. Eu disse, faz algum tempo, que se houvesse no Brasil profissionais de jornalismo honestos e livres eles investigariam os contratos impostos aos criadores de áudio-visual pelos comerciantes investidores e seus prepostos. Mas a imprensa cultural do Brasil se dedica mais a fofoca dos “famosos” e suas vidas particulares do que a assuntos consequentes da vida cultural. Faz dinheiro mais fácil falar sobre coisa alguma do que sobre a realidade do país. E também a classe artística - a cada dia mais vazia de artistas - se cala sob a ameaça do desemprego, embora alguns mantenham a pose de pessoas de sucesso. A questão do aprimoramento da defesa do direito autoral pode parecer um mero interesse classista. Mas a interferência deformadora do comerciante investidor na obra de arte faz com que o povo se veja deformado ideologicamente no seu espelho áudio-visual, e outros. A defesa do direito autoral é defesa da fidelidade do reflexo que o artesão produz do seu povo, questão de soberania nacional, aprendi com Ariano e com Amir, e tantos mais. Eu me insurjo contra a ilegalidade legalizada do direito autoral desde o meu primeiro dia na profissão. E acumulo derrotas. O apagamento da minha figura no cartaz promocional de A Grande Família não é acidental. É determinação de me apagar da história. Patético!
Veja como é a foto original:
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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