Quando Débora Bloch aceitou viver Elisa, na minissérie 'Justiça', sabia que ia enfrentar uma pedreira. Afinal, mergulhar no drama de uma mulher que perde a filha assassinada pelo noivo não é tarefa fácil. Ainda mais quando se é mãe na vida real.
"É um personagem difícil. O pior medo de toda mãe é perder um filho", diz Débora, que tem dois herdeiros: Julia, de 23 anos, e Hugo, de 19.
A situação vivida pela atriz na minissérie não está distante de seu universo. Há um ano, sua faxineira perdeu o filho assassinado: "ele estava numa cachoeira numa favela que era de outra facção. Os traficantes acharam que o rapaz estava invadindo e o mataram. Não houve justiça para ela".
Na trama, exibida sempre às segundas-feiras, Elisa, desde a morte da filha, só tem um objetivo: acabar com a vida de Vicente (Jesuíta Barbosa), o noivo que tirou a vida de Isabela (Marina Ruy Barbosa) e que ficou preso por sete anos. Débora não concorda com a atitude da personagem, mas também não a condena.
"A série trata de um assunto que a gente vive muito no cotidiano, o confronto entre o que a lei decide e o que é justo. Não dá para defender a Elisa, as pessoas não podem fazer justiça com as próprias mãos. Isso é o fim da civilização".
Enquanto tenta imaginar a dor da perda de um filho, Débora tem a certeza de que não conseguiria perdoar o assassino. E, na história, é justamente o que Vicente mais quer: o perdão da ex-sogra.
"Para mim seria impossível perdoar. Mas a gente nunca sabe. O ser humano é complexo, e a realidade é mais surpreendente do que a gente imagina".
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Redação iBahia
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