"Não tenho nada, e tenho, tenho tudo. Sou rica em sonhos e pobre, pobre em ouro. O que me importa se todo esse dinheiro não compra amigos, estrelas, o amor verdadeiro?". São 11 anos desde que a novela teen 'Floribella' deixou de ser exibida na telinha da Band - o último capítulo foi ao ar no dia 12 de agosto de 2006. O folhetim era um verdadeiro sucesso entre os jovens e rendeu duas temporadas.
O projeto fez Juliana Silveira, protagonista da atração, conquistar o Brasil e até levar discos de platina e de ouro para casa por conta dos álbuns que lançou com a novela. "Trabalhar com o público infantil é diferente de fazer uma novela convencional", relembra ela, em entrevista ao iBahia.
Floribella, segundo a atriz, serviu como um verdadeiro aprendizado em sua carreira. "Eu mesma não sabia que seria capaz de cantar", confessa. Juliana revelou ainda que chegou a pensar em continuar com o projeto, junto com a Band, mas a ideia não foi adiante: "depois de um certo tempo, resolvi que o melhor seria caminhar como atriz". Confira entrevista completa:
Quando olho para trás, sinto que valeu a pena ter a coragem de arriscar e apostar em um caminho profissional bem diferente do que se esperava na época. Fazer uma novela ser sucesso de público e audiência na Rede Bandeirantes era algo impensável. Confesso que mesmo tendo passado esses 11 anos, ainda é difícil no Brasil você convencer as pessoas para acreditar em novas possibilidades na televisão. Sinto orgulho e carinho de todo o processo. Trabalhar com o público infantil é diferente de fazer uma novela convencional. Você cativa e estabelece comunicação com o público mais sensível e inteligente que existe. Sou fã das crianças!
Floribella foi um marco em sua carreira. O que você conseguiu extrair desta fase?
Conseguir entender que quando todos acreditam no projeto não existem limites que não possam ser superados. Eu mesma não sabia que seria capaz de cantar. E não só cantei, como tenho disco de ouro e platina aqui em casa. Isso não existe mais... As coisas estão mudando muito rapidamente por causa da tecnologia. Às vezes faço o exercício de imaginar como seria se Floribella estivesse passando agora, com a internet, Spotify, Apple Music, redes sociais...seria uma loucura! Uma loucura boa!
Você sente falta do projeto? Na época surgiu rumor de que você faria outra novela infanto-juvenil. Encararia algo parecido novamente?
Ficamos quase um ano pensando junto com a Bandeirantes e a autora da novela em outras possibilidades para o público infanto-juvenil. Chegamos a conversar com o Rick Bonadio para dar continuidade na carreira como cantora. Depois de um certo tempo, resolvi que o melhor seria caminhar como atriz. Era um desejo inconsciente de preservar a trajetória da Flor na minha vida profissional e acho que foi a decisão correta.
Como ficou a relação com o restante do elenco após o fim da novela?
Ficou uma relação de carinho, respeito e admiração. O tempo passa e cada um segue um caminho profissional. Algumas pessoas eu já reencontrei na Rede Record e é sempre uma alegria. Parece que o tempo não passou. Aquele elenco foi muito especial...Johnny Massaro fez sua estreia em Floribella e hoje tem uma carreira belíssima. Já sabia que ele era esse ator sensacional, ele sempre foi uma criança "fora da curva" em cena. Leticia Colin também era fora da curva, já cantava lindamente e sempre foi uma atriz intensa, estudiosa e deslumbrante! Sinto muito carinho por todos que tiveram essa experiência, foi um momento profissional leve e divertido, como a novela.
Quais as cenas que mais te marcou em Floribella? E a música?
A cena do primeiro capítulo, do banho de espuma quando a Flor encontra o Fred é inesquecível! Música já é mais difícil escolher...1,2,3 Bam Bam e É pra você meu coração são as músicas tema da primeira e segunda temporadas e não tem como não ouvir e não lembrar da Flor...
Teve alguma situação de bastidores que você gostaria de dividir com os fãs?
O lugar favorito do elenco era a maquiagem. As meninas da equipe cuidavam não só da parte da caracterização, mas de todos nós. Sempre tinha o "coffee break" por lá...com pãozinho com manteiga na chapa e café quentinho. A gente sentava e relaxava um pouco. Às vezes alguém do elenco levava um violão e tinha uma roda de cantoria bem boa. A gente se divertiu muito por ali. Era uma grande família.
Você também é cantora e mostrou isso durante a trama - teve discos e ganhou prêmios com os álbuns. Como ficou sua carreira como cantora após o fim da novela?
Decidi que essa não era a minha onda. Eu gosto mesmo de fazer cena, novela. Eu posso cantar, mas não me defino cantora. Respeito muito quem tem uma bela carreira como cantora ou cantor e achei que era hora de focar no meu trabalho como atriz. Não digo que nunca mais cantarei. Se um dia decidir seguir por esse caminho de novo, vai ser depois de muito estudo e dedicação e com uma equipe que acredite em mim.
Nos últimos anos, vários folhetins para o público infantil tomaram conta da TV. O que você pensa sobre isso?
Eu tenho um filho de 6 anos. E ele ama Valentins e Detetives do Prédio Azul. Ele terminou a primeira temporada de Valentins nas férias, de uma vez só assistindo on demand. Achei o máximo o projeto da Claudia Abreu. Esses novos projetos são lindos, bem produzidos e com um elenco primoroso. Bento também ama assistir às novelas bíblicas da Record. A história consegue cativar a atenção das crianças. Existem guerreiros, reis, rainhas, lutas e cenas que falam sobre amor, solidariedade, respeito e Fé. As crianças têm essa sensibilidade e embarcam em histórias de época. É quase um reino de fantasia!
Você passou por uma novela bíblica, 'Terra Prometida'. O que diferencia atuar neste tipo de trama?
Eu amei fazer a Rainha de Jericó. Foi a minha primeira novela de época! E por fazer uma participação, tive a sorte de receber todos os capítulos e saber antes toda a trajetória da personagem. Tive tempo de fazer uma boa preparação com o meu parceiro de cena, Igor Rickli e isso nos ajudou muito. Foi uma novela suave neste sentido e muito agradável artisticamente. Minha personagem era uma mulher à frente de seu tempo, uma feminista do ano 1200 A.C. Aproveitei essa oportunidade e criei uma personagem sem limites, ousada. Adorava assistir a novela. A Record foi muito feliz ao tomar esse caminho, criou um novo estilo de dramaturgia e o público gostou da ideia. Sou muito grata por estar no lugar certo, na hora certa.
O que você está preparando para 2017? Boatos dão conta de que você vai estar em uma nova novela da Record. Pode nos adiantar as novidades?
Estarei na novela Apocalipse e vou voltar para as minhas mocinhas! Minha personagem se chama Raquel, congrega na igreja de Jonas, é enfermeira chefe de um hospital. Não tenho muitos detalhes ainda, mas sei que é uma mulher guerreira, amorosa e cheia de fé. Estou louca para entrar neste universo da Raquel e curiosa para saber a reação do público com a novela.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!