A cantora Louise França, filha de Chico Science, líder do movimento Manguebeat e que será samba-enredo da Grande Rio em 2026, afirmou que "repudia e abomina" a presença da influenciadora e apresentadora Virginia Fonseca como rainha de bateria da escola. Em um longo texto publicado no Instagram, ela falou da situação, mas surpreendeu ao dizer que não vai pedir o cancelamento da homenagem.

Louise desabafou sobre a decisão da escola em colocar Virginia Fonseca à frente da bateria e ressaltou que não é a favor da escolha. "Não, nem mais louca hipótese eu seria a favor da decisão de receber esse ser humano como rainha de bateria da Grande Rio dentro de um enredo tão profundo e importante, e, ao mesmo tempo, tão distante e díspar do que ela representa. Enredo este que diz respeito a um legado cultural e histórico que ela sequer compreende", detonou a cantora.
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Ainda segundo Louise, ela não tem poder de decisão e criticou a postura da influenciadora. "Mas vamos à realidade dos fatos: por mais que eu abomine e repudie a presença dessa pessoa em uma homenagem de tamanha significância pro movimento mangue, infelizmente, eu não tenho poder algum de mudar o que já está feito. Assim como uma figura como ela também não tem o poder (que algumas pessoas têm sugerido) de diminuir, manchar ou ferir a memória do movimento, por pior que o cenário pareça", continuou.
"Muita gente ainda vai morrer achando que teve alguma relevância para humanidade por causa de like e seguidor. Teria que nascer mais umas três vezes para adquirir a capacidade de macular algo tão grandioso e transformador, nascido de uma vontade genuína de mudar o mundo para melhor, como fizeram os envolvidos na cena mangue dos anos 90", ressaltou a filha de Chico Science.
Leia a declaração da filha de Chico Science abaixo:
"Eu gostaria de ser breve, mas não vou conseguir. Antes que alguém me diga que “quem cala consente”, tomei esses últimos pra digerir as recentes notícias e organizar com calma os meus pensamentos.
Porque pra mim, o tempo do mundo real pras coisas reais é o que conta, e não o furor das ânsias imediatistas que nos mal acostumaram as redes sociais.
Não, nem na mais louca hipótese eu seria a favor da decisão de receber esse ser humano como rainha de bateria da Grande Rio dentro de um enredo tão profundo e importante, e ao mesmo tempo tão distante e díspar do que ela representa. Enredo este que diz respeito a um legado cultural e histórico que ela sequer compreende.

Mas vamos à realidade dos fatos: por mais que eu abomine e repudie a presença dessa pessoa em uma homenagem de tamanha significância pro movimento mangue, infelizmente, eu não tenho poder algum de mudar o que já está feito. Assim como uma figura como ela também não tem o poder (que algumas pessoas têm sugerido) de diminuir, manchar ou ferir a memória do movimento, por pior que o cenário pareça.
Muita gente ainda vai morrer achando que teve alguma relevância pra humanidade por causa de like e seguidor. Teria que nascer mais umas 3 vezes pra adquirir a capacidade de macular algo tão grandioso e transformador, nascido de uma vontade genuína de mudar o mundo pra melhor, como fizeram os envolvidos na cena mangue dos anos 90.
Eu entendo 100% a sensação de incredulidade com a decisão da escola, pois ela é minha também. Contudo, não vou optar pelo cancelamento da homenagem. Falando por mim, filha de Chico Science. Que na Sapucaí e na história permanecerá PROTAGONISTA e RELEVANTE, e não um mero enfeite alegórico perecível que trata com deboche a desgraça alheia".
Assista ao ‘De Hoje a Oito’, podcast de entretenimento do Ibahia:

Nathália Amorim
Nathália Amorim
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