Roger Moreira, filho adotivo de Cid Moreira, não hesitou em criticar o ex-âncora do Jornal Nacional (JN) logo após sua morte, no dia 3 de outubro, aos 97 anos. Excluído da herança do comunicador, que está avaliada em R$ 60 milhões, ele atacou a madrasta, Fátima Sampaio, e reiterou alegações de ter sido abusado pelo pai.
"A imagem que fica para mim é de um coitado, um fantoche na mão dessa mulher, que se aproveitou do estado de saúde dele para transferir bens e se apropriar do dinheiro. Dele não tenho rancor nem raiva apesar de tudo", disse em entrevista ao site F5.
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Apesar de estar fora do testamento, Roger Moreira afirma ter certeza de que o documento será anulado. No documento, Cid deserdou não só ele como também Rodrigo Moreira, deixando todos os bens para a esposa. "Ela [Fátima Sampaio] vendia imóveis com valores muito maiores, fez negociações suspeitas e sonegou esses valores. Deu baixa em duas empresas dele e abriu uma só com ela como proprietária para que o dinheiro dos trabalhos dele entrassem nessa conta", completou.
O rapaz também acusou a madrasta de maltratar o pai e de ter casos extraconjugais, afirmando que ela já teria sido flagrada por um segurança. Além disso, reiterou suas alegações de ter sido abusado por Cid Moreira, sendo conhecido como "o garotão do Cid" nos bastidores do Jornal Nacional."Me tratei e tomei medicamentos por anos. Na época não tinha a cabeça de hoje nem a real noção de que era abuso", disse. "A adoção, concluída em 2001, foi uma maneira que ele encontrou de encobrir esses casos na mídia", acrescentou.
Briga na Justiça pela herança
Roger e Rodrigo entraram com um pedido formal na Justiça para terem acesso total ao testamento. Além disso, indicam que o patrimônio é dividido em R$ 40 milhões em imóveis e outros R$ 20 milhões em contratos envolvendo direitos autorais.
Ainda no pedido, os filhos de Cid Moreira alegam danos psicológicos supostamente causados pelo pai durante o segundo casamento. A defenda de Fátima, viúva do comunicador, define a acusação como "lamentável e inoportuna".
"A postura demonstra, de forma indisfarçável, que eles nunca tiveram interessados em outra coisa senão o patrimônio do pai", afirmou o advogado Saldaño, em entrevista à "Folha de S. Paulo".
"Cid Moreira manifestou em testamento público, motivadamente, a vontade de deserdar os dois filhos, com base na indignidade prevista no Código Civil brasileiro, excluindo-os da sucessão. Todo ano ele refazia o testamento acompanhado de diversos laudos médicos comprovando sua capacidade civil", disse o representante judicial de Fátima Sampaio.
Filho deserdado pediu prisão de Cid Moreira dois anos antes da morte
Roger Moreira solicitou a prisão do pai em 2022, dois anos antes de sua morte. Ele denunciou o comunicador por homofobia e violações ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), formalizando a queixa no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). De acordo com o Notícias da TV, ele afirmou que Cid tentou anular sua adoção após se casar com Maria de Fátima Sampaio, alegando que o filho era gay.
O advogado de Roger, Angelo Carbone, afirmou que Cid Moreira retirou "tudo o que havia dado para o filho sobreviver: o estúdio de gravações, a moradia". "Cid e sua esposa, Maria, começaram a dilapidar o patrimônio, transferindo-o para ela e terceiros, já que não conseguiam deserdá-lo", disse a defesa.
Carbone também alegou que Roger foi impedido de estudar na adolescência: "Cid não cumpriu as obrigações do ECA, mantendo o filho com ele em todos os lugares, incluindo clubes à noite e restaurantes. Ele ainda obrigava o filho a acompanhá-lo em jogos de tênis e gravações".
"Cid Moreira não adotou um filho. Ele, na verdade, apenas pegou um jovem para trabalhar sem remuneração, uma prática comum no interior do Nordeste, onde crianças são tratadas como filhos, mas são, na realidade, empregados, em desacordo com a lei", completou.
Do ponto de vista legal, essas acusações poderiam resultar em 12 anos de prisão. Contudo, considerando que Cid tinha 94 anos durante o processo, os advogados argumentaram que a pena deveria ser convertida em internação hospitalar.
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Naiana Ribeiro
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