Giovanna Ewbank não conteve as lágrimas ao falar sobre os episódios de racismo vivenciados pelos filhos, Titi e Bless, ao longo da vida.
Em entrevista ao programa Histórias de Família, do GNT, exibido na última segunda-feira (17), a apresentadora, que se tornou assunto no país após reagir a um ataque racista aos filhos Titi e Bless em Portugal, falou sobre a primeira vez que a filha foi alvo do crime.
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"Minha filha foi xingada, foi vítima de racismo, com 3 anos. Isso foi muito forte pra gente. A gente tinha acabado de passar por todo esse processo (de adoção). Se demorou um ano e meio e a gente conheceu ela com 1 ano e meio, ela estava com 3 quando chegou aqui. Foi assim que ela chegou. Pra gente foi uma porrada muito grande. Logo depois que a gente chegou e as pessoas descobriram, falaram também: "Por que da África, e não do Brasil?", declarou ela.
Bruno contou que desde cedo aprendeu a não ter que enfrentar o racismo e isso o machucou. O ator afirmou sentir vergonha do comportamento e de só entender do que realmente se tratava quando viu Titi sendo atacada.
"Isso foi muito forte. Eu fui criado de uma maneira para não enxergar isso. Não só não enxergar, mas até de certa forma cutucar, com expressões erradas, não olhando para o outro. Eu sinto muita vergonha de ter que ter tido o meu grande amor passando por isso para enxergar. Isso durante muito tempo me consumia mesmo, eu ficava mal".
O casal, que assumiu o papel de aliado na luta contra o racismo, afirmou se apoiar nos estudos e acolhimento de amigos para estar sempre aprendendo a passar uma educação antirracista para os filhos.
"A gente está sempre tentando acertar com os nossos filhos. Hoje, eu vendo minha filha se olhar no espelho e dizer "nossa, como sou linda, mamãe, olha essa pele", eu fico muito orgulhosa do que a gente tem tentado fazer. Só que eu não sou uma mulher preta. Sei que, em algum momento, eu posso não conseguir suprir o que minha filha precisa e meu filho também (…) A gente está sempre tentando buscar referências, amigos, pessoas em que a gente possa se apoiar e aprender, que possam nos ajudar, para que nossos filhos cresçam fortes, seguros e orgulhosos de sua cor e de sua origem."
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Redação iBahia
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