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Foto: Divulgação |
Famoso por participar de programas televisivos, como o 'Encontro com Fátima Bernardes', o médico Fernando Gomes Pinto vem a Salvador nesta quarta-feira (18) para o 'III Congresso Interdisciplinar de Saúde da Unijorge'. O evento promovido pela faculdade, acontece no Hotel Fiesta. Antes do evento, o Dr. Fernando bateu um papo com o
iBahia e falou desde o tema da Zika Vírus e sua relação com os casos de microcefalia em recém-nascidos, até a fama e o assédio que sofre do público feminino. Confira a entrevista:
O senhor está vindo para um Congresso que terá como abertura o tema "ZIKA X MICROCEFALIA", algo que está bastante pautado na mídia nacional e internacional, que tem se preocupado com as Olimpíadas. A que ponto toda essa preocupação é válida? Estamos mesmo em estado de alerta? Geralmente, nesses casos [de epidemias] observamos padrões e mudanças. São nas mudanças que surgem as preocupações. O Zika Vírus se mostra diferente, pois apresenta uma crescente [nos quadros registrados], principalmente no número de crianças afetadas.
Quais são os meios para o combate? Nós trabalhamos com duas frentes. A primeira consiste em combater a transmissão, que é impedindo o desenvolvimento do mosquito. A segunda, que considero mais importante, é o tratamento de crianças afetadas e das famílias. Inclusive porque parece que há relação da Zika com a Microcefalia, e essa é uma fase importante da formação do tecido cerebral.
Como o senhor avalia a importância da exposição dos temas que antes não eram de domínio público, mas que agora podem ser abordados graças a programas televisivos, como o 'Encontro'? Vivemos uma época de globalização, com acesso livre à informação. Era muito comum pacientes chegarem no consultório com informações erradas, porque não tiveram quem tratasse do assunto. A população precisa ter informação e essa informação não tem que ser passada de especialista para especialista. Todas as pessoas de todas as classes sociais precisam ter acesso. Principalmente naquela que chamamos de área básica de saúde, onde não dá para esperar de braços cruzados. A sociedade precisa de informação e esse é o nosso papel.
Nessa questão, como se dá a preocupação na hora de pensar na linguagem a ser usada para que alcance o maior numero de pessoas? Eu aprendi uma coisa com a Fátima e com toda a equipe do 'Encontro': existe uma linguagem universal que abrange a música, o teatro, a arte, em si, que é a linguagem do amor. Então é através dela que eu tento levar, de forma respeitosa e amorosa, o conhecimento técnico da medicina. O objetivo é abordar de forma simples, mas sem deixar de passar o conhecimento médico correto. Mas eu os vejo [telespectadores] como se fossem da minha família.
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Dr. Fernando durante programa 'Encontro' (Foto:Divulgação/TV Globo) |
Seu sucesso tem sido grande, principalmente nas redes sociais. Já havia trabalhado com TV? Como surgiu o convite?Minha primeira aparição foi no National Geographic, no game show 'Os Incríveis - O Grande Desafio'. Então surgiu um convite da Fátima para um programa em que ela iria tratar da memória, algo que eu tenho estudos sobre. A partir daí surgiram convites para aparições, mas esporádicas. Com o sucesso, vieram também os elogios e "assédio" do público feminino.
Como o senhor costuma lidar com essa situação?Essa é a parte divertida do trabalho e eu lido com bastante carinho. Mas o mais importante ainda é passar a informação. Mas muita vez somos abordados pelo público feminino, principalmente. Essa é a vitamina do que a gente faz, o que dá força. Uma vez atendi uma senhora, já com uma certa idade, que chegou no consultório dizendo que tinha ido para se consultar, mas também para me ver de perto. [risos]
*Com orientação e supervisão da repórter Marília Galvão