A deliciosa ideia da viagem através dos séculos se materializou em “O tempo não para” de maneira encantadora. O excelente texto de Mario Teixeira encontrou na direção de Leonardo Nogueira uma tradução inspirada. Edson Celulari está em seu melhor papel nas novelas e construiu um Dom Sabino maravilhoso. O elenco, no geral, é muito bom e a produção teve êxito em seu maior desafio: garantir credibilidade para uma história fantasiosa.
Agora, na reta final, no entanto, o enredo vem derrapando. Os congelados foram postos em quarentena na mansão por Petra (Eva Wilma). Tudo em nome da ciência. Do lado de fora da casa, ficaram, preocupadíssimos, os pares românticos de Sabino (Carmen), de Miss Celine (Elmo) e de Marocas (Samuca).
O confinamento contribuiu para reforçar a impressão de beco sem saída pelo qual a dramaturgia enveredou. Foi pura repetição. A família e seu entourage já não estão no laboratório de criogenia, apartados do restante dos personagens, como no início da história. Mas a situação de separação era a mesma.
O conflito se estendeu além da conta, sem graça, com Petra e sua equipe paramentadas com um figurino que lembra o de Walter White (Bryan Cranston) quando cozinhava metanfetamina em “Breaking bad”, um uniforme amarelo e máscara. Nada contra o figurino da novela, pelo contrário, é um trabalho da melhor qualidade.
O fato é que “O tempo não para” começou muito bem e segue com grandes qualidades, mas essa trama da quarentena foi um desvio desnecessário.
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Redação iBahia
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