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Rogéria diz que já foi obrigada a fazer sexo com policiais

A artista destacou que a violência contra travestis no Brasil é mais comum do que as pessoas imagina

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16/04/2015 às 22:29 • Atualizada em 27/08/2022 às 1:23 - há XX semanas
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Foto: Divulgação
A artista Rogéria saiu em defesa da travesti Verônica Bolina, que teve o rosto desfigurado enquanto esteve sob guarda da polícia de São Paulo. Verônica foi presa na última sexta acusada de homicídio culposo. "Nunca apanhei, mas já fui presa. No máximo, tinha que fazer sexo com um policial para ser liberada. Eles colocavam o revólver na mesa e pronto", disse Rogéria, que é uma das travestis mais famosas do país. "Sou a maior bandeira desses homossexuais. O que fizeram com essa moça, seja culpada ou não, foi uma covardia", acrescentou, em entrevista ao Extra. A artista destacou que a violência contra travestis no Brasil é mais comum do que as pessoas imaginam. "Se é travesti e o policial homofóbico, aí, então, não tem jeito. Eles chegam com tudo para bater. Aprendi com a vivência que para evitar esse tipo de situação, é preciso silêncio também. Não entro em discussão para evitar ser agredida", complementa. Verônica foi transferida essa tarde para uma cela especial para detentos LGBT. O advogado de Verônica, Marcello da Conceição, afirmou que vai pedir um habeas corpus com base no fato de ela ainda não ter passado por uma audiência de custódia. Para ele, não quiseram levar a presa à audiência por conta das lesões que ela sofreu. "Ou seja, tentaram omitir a agressão que ela sofreu", disse o defensor ao Extra.
Verônica narrou aos advogados do Centro de Cidadania LGBT da Prefeitura de São Paulo que foi alvo de agressões em vários momentos, por parte de PMs e de policiais "de preto", que seriam do Grupo de Operações Táticas Estratégicas (GOE). Ela narrou os momentos de agressão como da prisão, quando atacou o agente carcerário e a caminho do hospital, onde foi encaminhada para tratar os ferimentos. Ela se encontrou com a mãe na terça, em ação intermediada pelo Cads.
Foto: Reprodução
Um áudio que seria de Verônica circula pela web. Nele, ela afirmaria que estava "possuída" e que precisou ser contida pelos policiais. Diz ainda que não foi alvo de tortura. "Está muito claro agora que não houve tortura. A Verônica reconhece que ela mesma entrou nessa briga", diz na gravação a coordenadora de Políticas para Diversidade Sexual da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Heloisa Gama Alves. A secretária não quis comentar o áudio.
Correio24horas

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