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Vladimir Brichta conta que batalhou para conseguir papel em Quincas

O ator baiano, que veio a Salvador para a pré-estreia do filme Quincas Berro D'Água e trouxe o espetáculo Hamelin, conversou com a equipe do iBahia

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30/04/2010 às 14:21 • Atualizada em 29/08/2022 às 17:16 - há XX semanas
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Na TV, Vladimir Brichta é Agnaldo, um irreverente marido as turras com a esposa. No teatro, é Hamelin, um jovem juiz diante de um suposto caso de pedofilia. E no cinema, Leonardo, o genro burguês de Quincas Berro D’Água. E foi justamente para lançar o filme de Sérgio Guerra que esse conhecido ator baiano chegou nesta terça-feira, dia 27 de abril, em Salvador. Com estréia marcada para 14 de maio, Quincas Berro D’Água é baseado em uma obra do escritor baiano Jorge Amado. No longa, Vladimir faz parte da família do “morto”. Mas, apesar de ser um ator conhecido e bastante respeitado, ele lutou muito para conquistar um papel em Quincas. “Era um desejo enorme que tinha. Tanto que eu tentei mandar recados, sinal de fumaça e rezei muito para que eu pudesse ter chances de fazer o filme e participar dele da forma que fosse”, contou para a equipe do iBahia. Mesmo sentindo muitas saudades de sua terra natal, Valdimir não pensa em voltar a morar em Salvador. “Hoje minha vida é toda no Rio. Trabalhos, esposa e filhos estão por lá. Mas tenho muitos amigos aqui e volto sempre a passeio”, revelou. Vladimir continua na capital baiana até domingo (02) com o espetáculo Hamelin. Sucesso de público e crítica, Hamelin pode ser conferido entre os dias 30 de abril e dois de maio no Teatro Jorge Amado. Confira a entrevista com Vladimir Brichta! iBahia - O personagem que você interpreta no filme é um burguês que vive de acordo com padrões instituídos pela sociedade. Como foi a construção deste personagem? Primeiro tentamos fazer uma compreensão intelectual do personagem estudando o texto. Queríamos fazer o Leonardo sem transformá-lo em uma coisa caricata, um clichê. Para construir o personagem, usei muito o que o Sérgio (Machado) dizia. Ele me ajudou a achar a medida certa. O Leonardo é um cara frágil, vulnerável diante da esposa e que tenta respeitar os princípios morais ditados pela sociedade. Tentei fazer com que a convicção dele diante daquilo tudo soasse verdadeiro. iBahia – Assim como o personagem principal do filme, você já teve vontade de mudar radicalmente a sua vida? Acho que não. Uma guinada tão brusca quanto a de Quincas, não. Para você chegar a pensar em fazer uma transformação dessas em sua vida, você tem que se violentar durante muito tempo e foi exatamente isso que aconteceu com o personagem do Paulo José (Quincas). No meu caso, não é isso que acontece. Lógico que tem momentos que a gente pára e pensa nas coisas que poderia ter feito diferente, mas nada disso é brusco. Meu caminho pessoal é cada vez mais de afirmação das coisas que eu vivo e tudo o que eu vivo faz muito sentido para mim. iBahia – O filme tem estreia marcada para 14 de maio, mas você já assistiu. Qual foi a sua impressão? Gostei muito! Achei o filme lindo, poético e divertido. Acho a presença do Paulo José encantadora. Ele consegue ter uma atuação deslumbrante mesmo estando 80% do filme morto e sendo carregado de um lado para o outro. Mas ele narra lindamente e tem passagens com muito domínio e uma plenitude fenomenal. Fora isso, o universo dos amigos dele é muito sedutor e contagiante. Você sai do filme encantado por aqueles vagabundos. vladimir-nem-te-conto1iBahia - Você é baiano, trabalhando em um filme baseado na obra de Jorge Amado, com diversos conterrâneos. Como foi para você voltar a Salvador e participar desse filme? Era um desejo enorme que tinha. Tanto que eu tentei mandar recados, sinal de fumaça e rezei muito para que eu pudesse ter chances de fazer o filme e participar dele da forma que fosse. (risos) Eu não estava pleiteando um personagem e nem tinha lido o roteiro. Normalmente eu recebo proposta de um projeto, leio e decido se vou topar ou não. Nesse filme, foi diferente. Eu disse que se tivesse alguma coisa pra fazer eu fazia. Eu queria muito participar. Achava que iria ser especial e valioso para mim voltar a Salvador fazendo esse filme. Eu sentia que fazer esse filme com o Sérgio (Machado - diretor) era uma coisa de “galera” e eu falava: “é minha galera também e eu quero fazer parte disso”. iBahia – Em Hamelin, espetáculo que estréia esta semana em Salvador, você interpreta um jovem juiz que está diante de um suposto caso de pedofilia. Conta um pouquinho do espetáculo. Pois, é. Hamelin é um jovem juiz que está diante de um suposto caso de pedofilia e na medida que ele vai investigando o caso, não consegue tirar conclusões. Pelo contrário, ele acha que existe um homem mau, que é o pedófilo, e que ele tem que ser preso. Mas, à medida que ele interroga as pessoas, vai descobrindo que as coisas não são tão simples assim. Que não existe apenas o “bem” e o “mal”. Esse maniqueísmo é simplista e não se aplica na vida real. E ele vai ficando muito angustiado com toda essa situação. Paralelo a isso, Hamelin é um pai que não consegue ser pai. Ele abandona o próprio filho, pois está muito envolvido com o trabalho. E esse abandono faz com que o tema “paternidade” se torne muito presente na peça também. iBahia – Como é a resposta do público diante de um assunto tão polêmico quanto o peça? Durante o espetáculo, a gente escuta pessoas chorando e sabemos que muitos saem de lá emocionados. È um espetáculo que emociona, mas não faz com que as pessoas saiam arrasadas, acabadas. O público sai do teatro refletindo, tentando pensar sobre suas responsabilidades. A resposta do público e da crítica é muito boa. iBahia – Quais seus próximos projetos? Ainda estou estudando novos projetos. Por enquanto, na TV, estou fazendo o programa Separação, que fica no ar até o final de agosto e, no teatro, a peça Hamelin, que continua em cartaz no segundo semestre de 2010.

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