Perto de exibir “Marighella” no Festival de Berlim, Wagner Moura deu uma entrevista, nesta quinta-feira, 24, em São Paulo, a Simone Zuccolotto. Ele contou tudo sobre o processo do filme, que marca sua estreia como diretor de cinema e tem o cantor Seu Jorge no papel do guerrilheiro. O papo vai ao ar neste sábado, 26, no “Cinejornal”, do Canal Brasil.
- Eu comecei a pensar sobre Carlos Marighella logo depois que o Mário Magalhães lançou a biografia dele. Eu sempre tive uma curiosidade muito grande sobre a história da resistência no Brasil, não só durante a ditadura militar. Uma história que eu acho fascinante é a dos malês, na Bahia, por exemplo. E Marighella é uma figura emblemática da resistência no Brasil. Ele é baiano, e eu sou muito amigo de Maria Marighella, que é neta dele. Então, Maria, durante um verão em Salvador, falou: 'A gente tem que fazer um filme com essa coisa'. Minha ideia inicial era produzir um filme sobre ele. Depois, eu, que já tinha interesse em experimentar a direção, pensei: 'Por que não?'. E foi uma estreia difícil, mas extremamente prazerosa - disse.
O ator comentou também a morte da vereadora Marielle Franco e a renúncia de Jean Wyllys. O deputado federal anunciou, nesta quinta-feira, que abriu mão do novo mandato e deixará o país por causa de ameaças de morte:
- Eu conheço o Jean da época de faculdade em Salvador, ele é uma pessoa que eu amo muito. Eu lamento a decisão do Jean, mas apoio totalmente, eu estou totalmente solidário ao Jean. Lamento por perder neste momento a força incrível que ele tem ali dentro daquele Congresso. E nós recebemos ameaças de gente dizendo que ia invadir o set do filme, que ia quebrar tudo. Na minha frente, ninguém nunca fez nada e eu não sei como reagiria se o fizessem.
Por fim, Moura se emocionou ao falar do amigo Caio Junqueira, que morreu esta semana, após sofrer um acidente de carro: - Eu e Caio fizemos 'Tropa de Elite' juntos e, quando terminou, o levei para fazer 'Hamlet' comigo. Caio era o Horácio. E é assim que eu vou me lembrar dele para sempre. Horácio era o amigo fiel de Hamlet, e ele sobrevive naquele castelo em que todo mundo morre. Horácio vive. A gente era muito amigo.
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Redação iBahia
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