Geralmente, quando as pessoas dizem que fulano é “escada” para sicrano numa novela, o tom é pejorativo. Isso também acontece quando um ator é escalado para ser a “orelha” de um outro colega. Na maioria das vezes, os diálogos são sem importância na trama como um todo e só servem para fazer um personagem maior brilhar. Esse poderia ser o caso de Juliana Paiva em “A força do querer”.
A Simone da novela das nove não tem uma trama própria e vive em função dos dilemas da mãe, Silvana (Lilia Cabral), e da prima, Ivana (Carol Duarte). Só que Simone revelou ter uma importância fundamental. Ela é praticamente a voz dos telespectadores num caso e a de Gloria no outro. Quando a personagem aconselha Silvana e briga com ela, Simone faz o papel de quem quer dar um puxão de orelha na arquiteta, que não assume que é viciada em jogo. Já ao conversar com Ivana, ela faz as perguntas que todo mundo que está em casa quer fazer. Atua como se fosse a autora da novela, explicando para o seu público o que se passa no complexo universo da moça que se descobre transgênero.
Nem todo o mérito é de Gloria Perez. Juliana Paiva tem dado ao papel toda a sensibilidade necessária para estar no meio de tramas tão densas e difíceis. O que poderia ser apenas uma personagem secundária se transformou em alguém indispensável para o entendimento das histórias por boa parte de quem assiste à novela do horário nobre.
A atriz também conseguiu se livrar dos tipos parecidos, como a Fatinha de “Malhação” (2012) e a Cassandra de “Totalmente Demais” (2015). Ela não só foi convidada para um trabalho diferente como deu a Simone um tom mais naturalista, sem cair no jeito caricato de papéis anteriores.
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Redação iBahia
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