Paraíso Tropical: a escolha certa no momento errado

Eu estou muito feliz que muitas pessoas estão acompanhando a coluna aqui no portal IBahia, acho que chegou o momento de fazer uma enquete para escolher o nome dos leitores da coluna. Pensei em algo como: Noveleres, Novelários, Horário das nove, dentre outros.

Felizmente ainda não escolhi (os que pensei não são nada criativos, convenhamos). Falando em escolha, essa semana estava conversando com o meu colega na produção da TV e ele me perguntou: “Como escolhem uma novela para o Vale a Pena Ver de Novo?”.

PARAÍSO TROPICAL

Nas últimas semanas surgiram boatos de que “Salve Jorge” tinha sido escolhida para substituir a trama da Helena e suas irmãs, amigas, mulheres, apaixonadas (estou escrevendo, pois, amo essa cena). A internet vibrou com a volta de Morena (Nanda Costa) e a vilã da seringa interpretada pela incrível, Cláudia Raia.

Na última segunda-feira (09), durante o Mais Você, Ana Maria Braga (sem cabelo azul), anunciou que “Paraíso Tropical” foi a escolhida. Você se lembra da história dessa novela? Eu vou resumir aqui bem rapidinho.

Antenor Cavalcanti (Tony Ramos) é um empresário frio e poderoso que perdeu o filho único, ainda adolescente. Ele vê em Daniel (Fábio Assunção), filho de seu caseiro, o possível herdeiro de seu grupo empresarial.

A novela ainda conta com Alessandra Negrini interpretando as gêmeas Paula e Taís (sim, teremos duas novelas com gêmeas no período da tarde da TV Globo), duas mulheres idênticas na aparência, mas distintas em sentimentos e caráter.

A trama tem como principal locação a praia de Copacabana e um dos destaques desse cenário é a ingênua garota de programa Bebel (Camila Pitanga) e o vilão Olavo, interpretado pelo baiano Wagner Moura, que vivem como cão e gato.

É esse casal responsável pela famosa cena do casamento primaveril em pleno outono.

Quanto a audiência da novela na exibição original, ela iniciou aquém do esperado, mas ao longo dos meses foi crescendo e conquistando o público. Ressalto que a audiência nunca vai ser um parâmetro para definir a qualidade de uma novela.

Paraíso Tropical foi uma novela muito boa que cresceu muito com o passar dos capítulos, afinal, é a união de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, dois grandes escritores, mas de longe a novela é um clássico querido do público e acho que essa escolha veio no momento errado.

Mulheres Apaixonadas não está com uma audiência tão alta e a novela que passa depois, muito menos. Acredito que esse era o momento da emissora investir em uma reprise de alguma novela de bastante audiência ou repercussão dos últimos anos, como Amor à Vida, A dona do pedaço, América, Salve Jorge, Cheias de Charme ou Porto dos Milagres.

A substituta deveria ter sido uma trama mais forte para captar novamente o público da faixa e depois escolher uma nova trama não tão lembrada assim e evitar a fuga desse público.

COMO SÃO ESCOLHIDAS AS REPRISES?

Segundo o diretor do canal TV Globo Amauri Soares, a escolha das reprises do VAPVDN é feita pelo Setor de Conteúdo da Globo. Em seguida o setor apresenta a selecionada para outras áreas do canal, principalmente Programação, Marketing e Inteligência.

A escolha final é feita em conjunto com essas áreas (quero saber quem escolheu mais uma reprise de Mulheres Apaixonadas).

Para definir alguns critérios são considerados: o ano de exibição da obra, adequação da história ao horário e a forma como a história do folhetim envelheceu.

Isso mesmo, nem todas as novelas envelhecem tão bem (não tô falando da qualidade da imagem, mas da forma como os assuntos eram abordados).

Deu para entender como essas escolhas são feitas? Ficou com dúvidas? Comenta no post da coluna no feed do IBahia que eu irei responder tudo (ou até quando o meu pacote de dados permitir).

Eu estou indo, mas semana que vem tem mais, muito mais. Nem que pra isso eu tenha que renascer!

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