Um dos momentos mais esperados do segundo e último dia do Gamepólitan foi o bate-papo que Gabriel ‘’Kami’’Bohm e Matheus ‘’Picoca’’ Tavares tiveram com o público geek. Recebidos por gritos calorosos da plateia, os dois streamers da paiNGaming, maior clube de esportes eletrônicos da América Latina, falaram sobre as experiências como produtores de conteúdo da internet, além de contarem histórias pessoais.Ambos dividiram o palco com o soteropolitano Davi ‘’Dbraz’’ Fagundes, streamer e criador de conteúdo de Hearthstone.
Picoca e Kami foram as atrações de ouro do GP2018. Graças a grande visibilidade que os dois possuem no meio do esporte eletrônico, muita gente comprou o ingresso do evento para poder prestigiá-los. Por sua vez, Dbraz, que possui uma base de fãs um pouco menor, mas fiel, por causa da falta de popularidade do Heartstone no Brasil e principalmente na Bahia, foi a surpresa do bate-papo, ganhando novos fãs na tarde do último domingo (29).
Os três convidados conversaram sobre streaming, uma das formas mais populares de produzir conteúdo na internet. Em meio a brincadeiras com o público, contaram como começaram e deram dicas a quem quer seguir o mesmo caminho.
Ao perguntarem sobre como lidar com os haters, Picoca disse que é inevitável. ‘’Se você for nordestino, negro, fizer parte de alguma minoria, você vai sofrer. Então se você quer mesmo, se acha que vale a pena, então foca na galera que gosta de você’’. Já Kami disse que é chato receber críticas o dia todo. ‘’A gente se dedica tanto para fazer o melhor, e quando joga mal todo mundo xinga, mas se ganhar no outro dia, todo mundo volta a te amar.
Perfil
O soteropolitano Dbraz começou a jogar Heartstone no celular, criando conteúdo com o aparelho. No início tinha apenas cerca de cinquenta espectadores, e quando a quantidade de visualizações dobrava, ficava muito feliz. ‘’Meu crescimento no cenário aconteceu do nada. Comecei a pegar músicas conhecidas do momento e fazia paródias com coisas do jogo. Foi aí que essas paródias começaram a aparecer em outras lives, e grandes jogadores que tem canais no Youtube ficaram curiosos também, e eles permitiram que eu postasse vídeos nos canais deles. A partir disso cheguei a pegar 3 mil inscritos no meu canal em um dia só’’.
Picoca é de Itabaiana, cidade do interior de Sergipe. Se mudou para São Paulo este ano para morar na gaminghouse da paiN, lugar onde os jogadores profissionais de League of Legends vivem. Ele contou em entrevista antes de subir ao palco que só se deu conta da grandiosidade do trabalho quando se mudou. ‘’Eu era acostumado a fazer as coisas no meu quarto, com a minha webcam. Com a mudança para São Paulo, tive um impacto muito grande. Aprendi a ter mais segurança, e ter certeza do que queria’’.
Ele começou a fazer lives ainda na cidade natal, com a internet ruim e causando problemas com os vizinhos. ‘’Eles achavam que eu era louco porque eu gritava muito. No início só fazia stream de madrugada porque era o horário que a internet ficava melhor’’.
Hoje, Colitinha, como também é conhecido, tem 450 mil visualizações no canal da Twitch, site onde faz suas transmissões.‘’Eu não esperava crescer tanto. Comecei a stream como hobbie porque fazia faculdade, e acabou dando certo. Já cheguei a ter 20 mil pessoas assistindo minha live, e pensar nessa quantidade de gente na minha frente é surreal’’.
Já Kami nasceu no Rio Grande do Sul, mas começou a se interessar mais por games quando se mudou para Florianópolis, em Santa Catarina. Ele é considerado um dos melhores jogadores de LoL do cenário competitivo brasileiro, além de um dos mais conhecidos. Entrou no meio profissional de LeagueofLegends em 2011, quando foi convidado para integrar o elenco da paiN. Já conquistou dois títulos do Campeonato Brasileiro (CBLoL), em 2013 e 2015, e atualmente se afastou do cenário competitivo para se dedicar aos estudos, onde busca ser piloto de avião.
Quando questionado sobre a escolha de parar de jogar competitivamente, ele afirmou que não estava completamente focado no jogo, e pediu um tempo ao dono da organização, Arthur "Paada" Zarzur. ‘’Eu treinava pensando em avião. Não estava apto a dar tudo de mim naquele momento. Estava jogando desde 2011, entrei com 15 anos e hoje estou com 22. Precisava respirar, cuidar de assuntos pessoais, e acabei tomando a decisão de me afastar para me dedicar aos estudos, mas é totalmente conciliável com as streams. Agora eu tenho mais tempo para interagir com meus fãs’’.
* Victória Valentina, estudante de Jornalismo na Unijorge e estagiária voluntária da Rádio JA - Núcleo de experimentos em conteúdos radiofônicos da Unijorge.
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Redação iBahia
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