Do gramado para o palco. Esse foi o percurso da carreira de Jakson Follman, que sobreviveu à queda do avião que transportava o time da Chapecoense, que completa três anos nesta semana. Liderando a disputa do "Popstar", o ex-goleiro encontra na música a euforia de um novo desafio a cada programa, como vivia ao entrar em campo. Empolgado, ele não descarta a possibilidade de cantar profissionalmente ao fim da competição.
"Já cantava na minha cidade em pequenos festivais, mas nada sério. Não pensei duas vezes quando recebi o convite para o 'Popstar'. Gosto de desafios, e as oportunidades não costumam bater duas vezes à nossa porta. Se disser que não quero ser cantor, vou estar mentindo. Por enquanto, estou procurando aproveitar ao máximo e, acima de tudo, me divertir bastante. Estou super feliz e espero levar uma mensagem positiva a quem assiste", conta ao jornal 'Extra'.
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O recado foi dado. Em sua estreia no programa, Follmann cantou "Tente outra vez", de Raul Seixas. A interpretação emocionou os jurados e o público, que relembraram a história do agora embaixador da Chape. "Sou bastante emotivo e me identifico com a letra. Estava nervoso, foi a primeira vez que cantei a música e sabia o que ela representava no momento. Chorei, não teria como não me emocionar. Logo eu, que não desisti", relembra.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Jakson Follmann (@jaksonfollmann) em 28 de Out, 2019 às 2:04 PDT
Com a nova função no clube, Follmann acompanha a rotina de treinos dos atletas e representa o Verdão do Oeste em eventos oficiais. Assim, se mantém próximo ao que mais gostava de fazer, podendo aconselhar jogadores e cobrar resultados.
"Meu trabalho passou a ser ajudar outras pessoas. Aceitei de cara a nova realidade, mas estou me reconstruindo e não posso dizer que já superei. Quando acordei do coma, foi uma situação super delicada, não tinha o que fazer. Não é fácil, a saudade vem. Me restava tocar a vida, erguer a cabeça e pensar primeiramente em ficar bem. Tive que respeitar e redescobrir meu corpo, me adaptando às dificuldades. Sei que essa foi a maior das minhas batalhas, mas não posso ignorar as que ainda estão por vir", diz.
A cinco dias do acidente completar três anos, o ex-goleiro da Chapecoense diz sente um incômodo ao entrar num avião. Além disso, conta que não cumpriu qualquer etapa das instruções de segurança em caso de acidente, fornecidas pelos comissários de bordo.
"Voar se tornou uma necessidade, mas tenho minhas barreiras. Quando vou comprar uma passagem, escolho um lugar perto da janela e procuro não viajar à noite. Principalmente, peço a Deus que me proteja. Como jogador, viajava pelo menos duas vezes por semana, tinha noções de procedimentos de emergência. Mas não valeu de nada na hora do desespero. Só pude contar com a minha fé. O que aconteceu comigo foi um milagre", relembra.
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Redação iBahia
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