Terceiro colocado no primeiro turno da eleição para a Presidência, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse neste domingo que fará oposição a qualquer que seja o vencedor da disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), acrescentando que o eleito não terá condições de desarmar uma "bomba de ódio" que vem destruindo a economia brasileira.
Ciro votou em Fortaleza um dia após ter anunciado em vídeo, divulgado nas redes sociais, que não tomaria posição pública no segundo turno da corrida pelo Palácio do Planalto. Ele alegou que sua consciência lhe impunha a preservação de um "caminho" para servir de referência aos brasileiros no enfrentamento do que chamou de "dias terríveis" pela frente.
"Existem dois projetos em votação pelo Brasil que não respondem à necessidade de desarmar essa bomba de ódio, de confrontação miúda, que vem destruindo a economia brasileira e agravando dramaticamente a condição social do povo mais pobre do país", disse Ciro a repórteres.
"O Brasil precisa, desesperadamente, desarmar essa bomba. Eu espero muito que eu esteja errado e que aquele amanhã vitorioso possa desarmar essa bomba por si só e possa restaurar a paz política no Brasil para que a gente possa resolver a equação social e econômica do Brasil. Entretanto, eu não acredito e, por não acreditar, eu estou anunciando claramente que a minha posição será de oposição a quem quer que vença as eleições de hoje."
Ciro viajou para a França logo após a votação do primeiro turno, em 7 de outubro, e retornou ao Brasil apenas na sexta-feira. Ele frustrou as expectativas do PT ao não manifestar apoio a Haddad, que esperava um gesto explícito do pedetista e chegou a estimar que isso lhe daria de 3 a 4 pontos percentuais na eleição.
O PDT, como partido, anunciou "apoio crítico" a Haddad, e o próprio Ciro, após a derrota no primeiro turno, havia dito "ele não, com certeza", numa referência ao slogan que tem sido usado contra Bolsonaro, mas em nenhum momento declarou voto em Haddad.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou após o primeiro turno que o partido já prepara a candidatura de Ciro para a eleição presidencial de 2022.
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