Cresceu a busca por trabalhos informais, segundo o aplicativo GetNinjas, nos últimos dois anos. O líder no segmento de contratação de serviços pela internet teve uma alta de 243% no número de profissionais cadastrados — como técnicos de informática, professores, arquitetos, pedreiros e outros — entre 2015 e 2017. E isso, para o CEO da plataforma, se deve a fatores além da popularização da própria ferramenta, criada em 2011.
"A plataforma tinha 70 mil profissionais há dois anos e tem 200 mil, hoje. Houve um crescimento do próprio negóico, mas outros dois fatores contribuíram para este fato: o aumento nas buscas online em geral, através de smartphones e a internet 3G, e a questão do desemprego, que ainda é muito forte e teve seu ápice em 216. Com isso, as pessoas procuraram alternativas para se empregar", afirma o CEO Eduardo L'Hotellier.
Foi o que aconteceu com Flavio Cruz Ferreira, de 47 anos. "Até meados do ano passado, eu trabalhava numa empresa como técnico em segurança do trabalho. Mas veio a crise e fui mandado embora. Já estava cansado desta situação e resolvi procurar sites com a proposta do GetNinjas, que facilitassem a captação de serviços. Em um mês apenas, eu consegui fechar três contratos pela plataforma", lembra o morador do Grajaú, na Zona Norte do Rio.
Uma pesquisa feita com os colaboradores da GetNinjas são a base para apontar que Flávio não é exceção e que o desemprego é uma das principais razões para o aumento de cadastros na rede. A porcentagem de ex-CLTs que buscaram a ferramenta no primeiro semestre de 2015 foi de 35% do total de registrados. Com o agrave da crise econômica, o índice chegou a 60% no segundo semestre. Voltou para 45% nos primeiros seis meses de 2016 e foi para 42% no final do mesmo ano.
Para conseguir serviços pelo GetNinjas, o profissional, porém, deve fazer um pagamento prévio de créditos, que ele usa para se candidatar a serviços. Toda vez que um serviço é requisitado, o profissional pode comprar a intenção do cliente, recebendo o contato da pessoa para tentar fechar o negócio. Não existe garantia, no entanto, de que isso irá acontecer, e ele pode concorrer com até mais dois profissionais pela contratação.
"O preço da ‘compra de intenção de cliente’ varia de R$ 1,50 a R$ 7, de acordo com o serviço pedido. Para pintar uma casa é mais caro do que consertar uma torneira. Depois que transfere os créditos, o profissional recebe os contatos do cliente e dá o seu preço", explica Eduardo, minimizando os riscos do pagamento prévio à plataforma: "A gente vende um pacote de créditos em que o profissional tem certeza que vai fechar ao menos um contrato".
Formalização ainda é desafio
Com a pesquisa feita junto aos colaborados — eles são convidados a responder um questionário após dois meses da realização do cadastro —, a plataforma molda seu comportamento para atender as necessidades do profissional. Se ele não é formalizado como microempreendedor individual (MEI) ainda, a rede dá as dicas para transpôr o desafio no país.
"A gente apoia os profissionais no processo de formalização, pois enxergamos que ser MEI é melhor para ele: dá credibilidade diante dos clientes, permite a emissão de notas fiscais, atendimento a empresas. A formalização ainda é um desafio no Brasil, mas cada vez menor", diz Eduardo, acrescentando: "A regulamentação é bem simples, os custos são baixos".
O técnico em segurança do trabalho Flávio Ferreira, por exemplo, já fez essa transição. "Era um desejo antigo e virei MEI em outubro do ano passado. Hoje, consigo me manter assim", orgulha-se.
O microempreendedor individual (MEI) é uma figura jurídica que possibilita a formalização dos trabalhadores por conta própria, como cabeleireiros, vendedores de roupa e acessórios, artesão, entre centenas de outros, com receita bruta de até R$ 60 mil por ano. E, além de dar direito a benefícios previdenciários, é isento de tributos federais, como PIS, Imposto de Renda, Cofins, IPI e CSLL.
Para quem tem dúvidas, o CEO Eduardo L'Hotellier garante que ainda há espaço para profissionais trabalharem por conta própria.
"Tanto para o profissional quanto para o cliente, houve um aumento de mercado online. As pessoas pedem comida por aplicativo, reservam hotel online, compram produtos pela internet; e serviços é a última grande onda neste sentido. Demorou um pouco mais, pois este profissional não tinha, há alguns anos, um smartphomne para se conectar. Mas hoje estão conectados e são procurados", setencia ele.
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Redação iBahia
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