Marcius Melhem expôs no Instagram uma troca de mensagens entre ele e Georgina Góes, atriz que o acusou de assédio moral e sexual. No áudio divulgado pelo ex-chefe do núclo de Humor da Globo, a artista o parabeniza por ter sido promovido.
À Folha, Georgina, por meio de nota, afirmou que a exposição de mensagens é uma tática de abusdores com objetivo de silenciar as vítimas por meio de ameaças e intimidações. "Como se a reação de uma pessoa em conversas de WhatsApp fosse o único elemento para configurar ou não assédio", diz a nota, que também foi assinada por Dani Calabresa, Veronica Debom e Luciana Fregolente, que também acusam Melhem.
Leia também:
A mensagem de Georgina exposta por Marcius foi enviada em 28 de setembro de 2018, pouco mais de um ano antes das denúncias de assédio se tornarem pública.
Só para dizer que te amo, que sou muito orgulhosa de você e do jeito como você leva as coisas: com doçura, amor e ética. Você vai cada vez mais longe. Muitos parabéns. Boa sorte neste novo ciclo, meu amorzão. Outra vez, a gente combina de você vir para cá ou de eu ir lá na casa da serra e a gente junta um povo animado. Te amo. Parabéns" Georgina Góes, Atriz
Melhem publicou o áudio após Georgina dizer à Folha de S. Paulo que ela perdeu espaço no programa "Tá no Ar" depois de rejeitar flertes com o humorista.
"Visivelmente me rejeitando e perdendo espaço. Como não percebi?", escreveu Melhem na publicação.
Ao jornal, Georgina falou sobre as acusações. "Era um padrão. Quem não entrava no jogo dele sofria retaliações distintas. Ele falava que ia ter que fazer demissões, e a pessoa que não entrou no jogo curiosamente foi mandada embora poucos dias depois", disse a atriz, que não quis revelar a identidade da colega de trabalho.
Denúncia coletiva
Em março, Georgina, ao lado de Dani Calabresa, Renata Ricci, Veronica Debom, Maria Clara Gueiros, das roteiristas Luciana Fregolente e Carolina Warchavsky, dos diretores Cininha de Paula e Mauro Farias, e dos atores Marcelo Adnet e Eduardo Sterblicht, deu entrevista exclusiva ao Metrópoles e expôs o que teria presenciado nos bastidores do núcleo de humor da Globo.
Estava insustentável trabalhar em um ambiente em que eu comecei a perceber que eu era barrada dos convites; que eu não era liberada para as coisas; que eu estava trabalhando com tremedeira; que ele se aproveita das brincadeiras para brincar ereto, que ele pega de verdade; ele tenta enfiar a língua de verdade. Não é selinho, não é piada, não é brincadeira Dani Calabresa Atriz
Georgina Góes, Renata Ricci e Veronica Debom, que também afirmam terem sido assediadas por Melhem, relataram que apenas após a denúncia de Dani, conseguiram fazer o mesmo.
Ambiente Tóxico
Segundo as atrizes e as testemunhas que participaram da entrevista, Melhem usava do poder para mantê-las sob seu domínio. O diretor, de acordo com os relatos, impedia que elas participassem de novelas e exercia poder a ponto de fazer com que tivessem um sentimento permanente de dívida com o chefe.
"Como ele não consegue negar, porque é verdade, ele tenta confundir a opinião pública e tenta manipular a narrativa de que 'são todas loucas'. Só que olha quantas loucas --e esse grupo não está completo", afirmou Dani Calabresa.
"Quando saiu na imprensa a notícia sobre o assédio sofrido pela Dani, eu entendi todos os comportamentos típicos de assédio que estavam acontecendo, tudo o que eu tinha ouvido falar quando comecei na Globo. Eu entendi que era verdade, que eu tentei bloquear um tempo como se não fosse", relatou a roteirista Carolina Warchavsky, que chegou a ficar afastada por três meses do trabalho por crises de pânico e ansiedade.
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!