Após a Netflix cancelar o evento de pré-lançamento da série "'13 reasons why" por causa da ação de um atirador que abriu fogo contra alunos da Santa Fe High School e deixou pelo menos dez mortos, a "Hollywood reporter" publicou uma entrevista com o criador da série, Brian Yorkey, em que ele explica como a violência com armas de fogo é abordada no programa.
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(ATENÇÃO - SPOILERS A SEGUIR)
"Nós tínhamos um personagem que obviamente sofria bullying severamente, sofria de isolamento social e pensava em uma escolha muito trágica em relação a esses sentimentos de si mesmo. Na segunda temporada, nós estávamos interessados em continuar a seguir a jornada dele e tentar compreender seu estado de mente e de alma. Eu acho que vocês verão que, no balanço dos episódios, estávamos tentando entender o personagem de Tyler e como um jovem problemático pode ser levado a considerar esse tipo de escolha difícil", declarou Yorkey.
A entrevista com Yorkey foi realizada antes do tiroteio no Texas, e a Netflix não respondeu a diversos pedidos da reportagem por um novo posicionamento do showrunner diante do evento. No fim da primeira temporada, o personagem Tyler Down (Devin Druid) é impedido por Clay Jensen (Dylan Minnette) de realizar um massacre na sua escola.
Assim como na primeira temporada a série sofreu críticas pela forma como aborda o suícidio juvenil, agora a maneira como a violência com armas de fogo é apresentada também tem levantado preocupações na mídia americana.
"A tela fica negra, os créditos rolam e ainda... algo parece extremamente perturbador; algo está faltando. Mais uma vez, a série da Netflix (cuja segunda temporada estreou em 18 de maio) abordou um tópico pesado — e, infelizmente, relevante —, mas ficou a desejar", criticou a editora da "Teen Vogue" De Elizabeth sobre a cena final da primeira temporada, que inicia o arco narrativo sobre o qual a segunda temporada se desenrola.
Ainda na entrevista à "Hollywood Reporter", Yorkey defende que caberá aos telespectadores julgar se a série consegue falar sobre a violência com armas de fogo nas escolas sem glorificá-las.
"Eu acho que cada telespectador vai ter a sua própria opinião sobre se encontramos esse equilíbrio, então eu vou deixar essa avaliação para cada indivíduo. Da nossa parte, nós pesquisamos o máximo que pudemos", defendeu ele.
"Infelizmente, há muita literatura sobre o grande número de rapazes problemáticos que usaram a violência para expressar seus sentimentos. Então, nós fomos capazes de estudar muito da história sobre isso, e tentamos ser autênticos, honestos e precisos na forma como retratamos o personagem. Assim como tudo nesse programa, nossa esperança era de que pudéssemos representar a experiência honestamente; que nossos telespectadores pudessem, por meio da experiência, aprender mais e começar a conversar sobre o assunto", completou.
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Redação iBahia
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