Cássio Gabus Mendes não usa de meias palavras, nem doura a pílula, quando tem que ser firme em suas opiniões. No elenco de “Justiça”, série que estreia em agosto, na pele de Heitor, reitor de uma universidade, o ator é direto sobre os temas polêmicos que a atração vai trazer. Um deles é a eutanásia, que será executada pelo personagem de Cauã Reymond, o advogado Maurício, na mulher Beatriz, vivida por Marjorie Estiano.
— Sei que é muito dificil, complicado, mas tem determinados momentos que, realmente, eu sou a favor. Muito em função da falta de dignidade e do sofrimento que uma pessoa chega. Ao mesmo tempo, tem o outro lado, o dos profissionais que lutam pela vida, que fazem juramento para salvá-las. Só que, por exemplo, há casos em que a pessoa está há 10 anos com olho parado, entubada e, acabou, não vai mais voltar, você vai deixar continuar daquele jeito? Como é que faz? Eu não sei o formato, não tenho essa pretensão de apontar como seria, mas... em situações como essa, sou a favor da eutanásia” — decreta Cássio, de 54 anos.
O próprio personagem do ator, na série, está envolvido com uma história que vai dar o que falar. Heitor é o namorado de Elisa (Debora Bloch), uma professora universitária, que teve a filha, Isabela (Marina Ruy Barbosa), assassinada pelo noivo, Vicente (Jesuíta Barbosa). Apesar de o rapaz ter sido condenado a 7 anos de prisão, ela não se conforma com a pena e decide matá-lo assim que sair da cadeia.
— Ele descobre depois, eles estão jutnos há uns dois anos e ela conta o que quer fazer. Normalmente, você pensaria: “Quem é essa pessoa? Vou embora daqui, não tenho nada a ver com isso, essa pessoa está maluca”. Ma, no mcaso dele, não. A cabeça dele vai funcionar de um jeito para arrumar alguma saída ou tentativa de saída para ela não realizar isso. Porque ela está convicta. Heitor vai arranjar um jeito para isso não acontecer, porque vai desestruturar a vida dele — afirma o ator, que, sem filhos, não sabe como reagiria se tivesse no lugar de Elisa: — Nas reuniões, quando lemos o texto, a primeira reação foi: “Peraí, tenho fillha! Se ela for assasssinada, eu mato o cara”. A gente não tem ideia do que é. Isso que é o mais difícil, elaborar situações como essa. Mesmo você sendo mãe. Isso é uma coisa tão distante, que mesmo você cavucando para achar caminhos para a atuação, em determinados momentos, é difícil de visualizar. Então, eu não sei mesmo o que faria.
Empolgado com a série, Cássio, que há menos de um ano esteve na novela “Babilônia”, brinca que atraiu esse novo trabalho.
— Duas semans depois do fim de “Babilônia”, tinha comentado que queria participar de um esquema do Zé (José Luiz Villamarim, o diretor), desse preparo dos trabalhos que vem fazendo há alguns anos. Então, eu já estava em São Paulo, e ele me ligou. Acho que chamei o trabalho, viu, porque aconteceu — diverte-se Cássio.
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Redação iBahia
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